terça-feira, 29 de setembro de 2009

Coluna de topázio

Um poeta dormiu ao pé
Duma coluna.
Coluna feita de topázio que
Sustenta um céu azul turquesa.
Extasiado por tamanha beleza o
Poeta chorou.
As lágrimas que vertiam dos olhos
Do poeta se transformaram em
Diamantes em gemas raras.
Que clarearam o instante dum novo
Amanhecer.
Num céu de papel picado uma
Estrela verde luzia
Era a esperança que sorria
Sua risada vespertina
Um circo sem lona
Corria o mundo
E o poeta num êxtase profundo
Amou cada átomo como a si mesmo
Amou cada átomo como a si mesmo
E se foi (...)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ode a rima

Palavra que sai da boca com rima
consagrada
Tem rima boa que transforma
Tem rima boa que agrada
Tem poesia sem rima
Tem poesia rimada
O que importa é o que?
A palavra lapidada pela
língua propaga.
Propaga beleza que a palavra cria
sem usar quase nada.
O pincel é o pensamento
e a tela em branco que é a imaginação
Se drumoniza
Se leminskianiza
Se patativiza
A poesia é soberana
Amiga de palavra
É como tinta para o pincel d´alma
Que logo se acalma
De tanto acalento
De tanto ensejo
De tanto beijo
De tanto encanto
A cabeça logo diz:
Isso é poesia!
Ou não é nada...

Obs:
* Carlo Drumon
*Paulo Leminsk
*Patativa do Assaré

Contemplo a ti ó umbuzeiro ( Árvore sagrada )

Contemplo a ti ó umbuzeiro
Árvore sagrada de canto a canto
E a ti eu poeta canto
Em versos tirados do bojo do pensamento
É árvore enfeitada de crianças
Quando estas dando teus frutos
Quando tu florir és como uma
Noiva que dança na paisagem agrestina
Tuas folhas que agrada a qualquer paladar
Servo de pasto para pequenas lagartas
Que depois em ti fazem casulos
E se transformam em borboletas
Borboletas umbuzadas
Borboletas umbualadas
Que propagam teu nome
Que propagam teu nome
De árvore sagrada
De árvore sagrada ...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Um Anjo de Asas Gorkianas

Um anjo com Asas Gorkianas
Com um velho alaúde cheio
De livros de livros raros
Livros panfletários
Livros operários
Sobrevoava uma vila proletária
E ao longe um tocador de viola
Avistava uma tarde em galope
A beira mar.
Mas o mar estava tão perto
Acima de nossa cabeça
O mar que o violeiro via
Era o mar da esperança
Que voa e que flua acima
De nossa cabeça
Que seu azul luzido
Panfletário e Revolucionário
O anjo de Asas Gorkianas
Cantava para o povo
E com a viola andante
O violeiro tocava e do bojo
Da viola sai o paraíso de Dante
Metralhado e metrificado
E com ouro adornado
E uma sucessão de rimas
Que cantava a viola do povo
E o anjo de Asas Gorkianas
Chorou pela primeira vez
E cada lágrima transluzia
E em cada lágrima nascia
Um mundo de cada vez
Um mundo de cada vez

( O deserto cortante da cana é palavra de caboclo de lança que se lança no deserto canavial feito de pó e cal )

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Jaguará malumbo em um campo minado jogando flores ao vento

Jaguará malumbo em um campo minado jogando flores ao vento
Metralhadora verborrágica de palavras cordialisticas numa
Noite sertaneja blues de violeiro é cantoria!
Jaguará malumbo em um campo minado jogando flores ao vento
Virgem vestida de chita florida sorri ao menestrel que canta
Arlequim incendiário voa sertão há dentro em busca da ira
Glauber ( Riana ) e encontra Patativa do Assaré que o faz
Chorar e o arlequim flori como um mandacaru.
Jaguará malumbo em um campo minado jogando flores ao vento
Um jumento vuador sai da boca de Zé Limeira e canta
Uma toada em galope à beira mar de Ipanema
Onde Tom Jobin e Tom Zé metrificavam um reza banta
Jaguará malumbo em um campo minado jogando flores ao vento
Bendito cantado pela morte duma nascente fez nascer um mar
No meio do cerrado onde Ventania colhia cogumelos vindos de marte.
Jaguará malumbo em um campo minado jogando flores ao vento
Foice feita de despojos canavieiros é exposta como escultura no Museu
Do Louvre em Paris.
Rima salivada da boca de Ferreira Gular se transforma em anjo Barroco
E cruza o mar e vai a Europa discursar na ONU pedindo que a fome acabe
Nessa linha dos trópicos.
Jaguará malumbo em um campo minado jogando flores ao vento

Ps: ( Galope a beira Mar sem cavalo é correr a pé no meio do Mar )

sábado, 5 de setembro de 2009

São Dom quixote ( santo aguerrido em batalhas livrescas )

Destruir muinhos de vento
Ou Torres Televisivas?!
Dom Quixote com seu Cavalo Rocinante
Do auto duma aranha céu em sua duvida axiomática.
Vê o mundo complicado igual a uma placa mãe.
Um Samurai Tupiniquim Ciber Punk.
Apareceu!
E o apeteceu com Haikai adornado com xilogravuras
E com cheiro de rapadura.
E dizia assim: “ São Dom Quixote! O mundo totalizou ( Si )
Os Livros em Transformaram em Bytes e Gigabytes
Torres Terabyticas mandam os livros em forma
Binárias ao mundo!
Não destruas Muinhos
São Dom Quixote.
Los Muinhos mudaram
Os dragões hoje são outros
Destruas as Torres Televisas
És os Dragões que devoram os
Homens!

Las Torres Televisivas
São eles os Dragões
Do nosso Tempo.

Com mandíbulas midiáticas
Com hálito subliminar
Dominam o mundo “

Dom Quixote ficou alucinado
Com tanta informação
Coçou sua barca
E num suspiro profundo
Adormeceu para vê se acordava
Em um mundo melhor.


Obs; ( Jaguará malumbo em um campo minado joga flores ao vento .... )

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Hakais ( Tupiniquim Ciber Overmundo )

A loucura do mundo
É louça rara
Que se quebra no chão

Um abismo canta
No sopé do monte
Um monge reza

Um mendigo pede
O dinheiro passa
Num carro forte

Um beijo negado
Numa madrugada fria
É riso de morte

Arlequim guerreiro
Do ciber mundo
Carnval digital groover

Réquiem dum favelado
A barriga ronca como
Um tenor e o povo canta

Obs: Verso como um Samurai-Jagunço no meio do nada no meio de tudo! Salve São Dom Quixote...Tu cantas num Latim Arcaico na Porta do Paraiso e quem entra beija teus pés e quem entra beija teus pés.

De Vosso ceio ó Pai

Como um Dervixe Girante em meio
Ao deserto, entra em Sama.
Como um yogue nas silenciosas cavernas
do Himalaia entra em Samadh.
Eu contemplo vossa face
Que se transfigura como um
Caleidoscópio Cósmico.
Ouço o som das esferas celestes
Que cantam um Hino a Vosso Nome
Numa infinidade de idiomas
E do auto contemplo.
A Eternidade
Que dá um longo beijo
No Absoluto.
Com Esse ato miríades
De Mundos são Creados.
De Vosso ceio ó Pai
De Vosso ceio.