segunda-feira, 29 de março de 2010

Haikais em oitavão repartido ou ( Chão Luzido )


Pé de cardeiro
O sertão é armadura
Luzida no chão

Candeeiro luzido
Calo na mão
Réquiem cantoria

Faen*, água e facão.
Gavião voando baixo
Na imensidão






N.T : Faen*- É utilizado para cortar cana na zona canavieira

domingo, 28 de março de 2010

Ode à Pitanga ou ( Áurea fruta tropical )


Quero provar teus beijos
Como provo uma pitanga
Musa áurea tropical
Que tem cheiro de fruta
Que tem cor de fruta
Que nasceu lá no quintal
Quintessência do sabor
Provo o beijo
Provo a cor
Dessa fruta nupcial
Quero prova teus beijos
Como provo uma pitanga
Com cuidado
Quase rezando
Como um mantra recitado
Por anjos de cabelos encaracolados
Que vi no céu voando
Quero provar teus beijos
Como provo uma pitanga

sábado, 27 de março de 2010

Folhetim Avuador II Ou ( Anúncios Tropicalista )


A fome é endêmica na fartura dos trópicos

A cordialidade vista na visão Buarquiana tem dois pólos

Do morro cubista exala samba

A manga madura núncia aromas tropicais

A feira de Caruaru é o caos organizado
Quanto isso, Zé do Pífano sorri.

Caboclo da lança é anjo dos canaviais.

Vaqueiro é tenor do sertão e dos gerais.

Amém e até, mas (...).

sexta-feira, 26 de março de 2010

Aos 7 ventos ou ( Ode à Zé Vicente e a Zé Calixto )


Folheto cordialistico tocado
Aos 7 ventos
Viola desembalada
Tecendo versos e lamentos
Num bojo dum umbuzeiro
Que é lugar de anjo dormir
Ouvi a viola de Zé Vicente
O e os 8 baixos de Zé Calixto
Festa igual nunca se viu!
O céu azul quarando como um véu
Festa azul
Festa aluzil
E versos Patitivanos
Num colorido sobre humano
A estender um imenso pano
Que cobriu o meu Brasil

Usinas Ferruginosas ou ( Revolução sideral )


Usinas voam lentas e ferruginosas
Por um deserto canavial
Uma tropa de mulas cegas
Carregando mantimento bélico
Para uma revolução sideral
Enxada
Foice
Fuzil
Um poema de Marighella
É recitado
Acampando por rimas fúnebres de fuzil
Uma revoada de andorinhas voa
Por cima dum cemitério de canhões
Que transmuta ferrugem em versos
E que acorda uma nação
Marighella ainda vive!
Escrito a ferro e fogo
Numa lona preta
De um assentado

segunda-feira, 22 de março de 2010

haikais ritualistÍco ou ( fumaça que sob )


O silêncio é serpente
Que cruza deserto
O sol no alto lê hieróglifos

Anjos feitos de barro
Cantam num altar
A noite dança

Fumaça ritualística sob
Ao céu feito átomos
Um suspiro é dado num abismo

sexta-feira, 19 de março de 2010

À Zabé da Loca ou ( Ode À flor que toca )


Musa aura de olhar enigmático
Pífano de taguara ou de bambu de táboca
Som agreste tu tiras
Num metralhar de notas
Musa aura de olhar enigmático
Rosto esculpido pelo tempo
Vento Sul
Vento Norte
Vento Áureo
Musa aura de olhar enigmático
Quando tu tocas transmutas
paisagens tristes.
Quando tu tocas o sertão
Fica florido igual ao teu vestido
Zabé da loca
Um signo Cabalístico
Escrito num pé de cardeiro
E dele saia o som de teu pífano
Zabé da loca

Haikais 1/5 de avos


Uma gota cai
Na terra seca
Alma que vêm a terra

Um beijo liquido
Lágrima no rosto
Rio que cruza deserto

Dom Quixote chora
Na pilha de livros queimados
E um réquiem é tocado

sábado, 13 de março de 2010

Ode ao Sol ou ( Quando o Sol nasce )


Quando o sol nasce
E com seus raios beija a face da terra
Quando o sol nasce
Pássaros cantam há vida
Que si renova.
Quando o sol nasce
As flores exultam com aromas
E beleza.
Quando o sol nasce
Um casal se ama
Um bebê nasce
Uma fruta cai
Um poema é escrito
Uma musica é composta
Um café é preparado
Quando o sol nasce
Tudo
Tudo
É mais bonito
Quando o sol nasce

segunda-feira, 8 de março de 2010

Toda Mulher carrega uma Frida khalo dentro de si


Toda Mulher carrega uma Frida khalo dentro de si
Carrega em seu coração mistérios
Quem desvenda o segredo que há num coração feminino?!
Toda Mulher carrega uma Frida khalo dentro de si
Também carrega a vontade de viver de Renné Cumie
Que dança e seu olhar parecem duas pérolas
Carregadas de vida.
Toda Mulher carrega uma Frida khalo dentro de si
Também carrega consigo o amor de Hebe Bonafini
Uma mãe da Plaza Del Maio ativista e aguerrida.
Toda Mulher carrega uma Frida khalo dentro de si
Leva também a mística da Mãe Menininha do Canto A.
Toda Mulher carrega uma Frida khalo dentro si
Carrega o amor ensolarado de Madre Teresa de Calcutá.
Toda Mulher carrega uma Frida khalo dentro de si
Carrega a força de Olga
de Maria
de Joana
Todas elas mulheres que choram e amam
Pois, toda mulher carrega uma Frida Khalo dentro de si.
Não no sofrimento, mas no Amor.

quinta-feira, 4 de março de 2010

O planeta sofre quando faço esse poema ou ( Ode à Pachamama )


O planeta sofre quando
Faço esse poema
A cada segundo toneladas
E toneladas de Co2 são lançadas
Na atmosfera.
O planeta sofre quando
Faço esse poema
Enquanto isso milhares e milhares
De Km2 de floresta são devastadas.
O planeta sofre quando
Faço esse poema
Rios, Oceanos e Mares
São sumariamente poluídos.
O planeta sofre quando
Faço esse poema
A sua dor é medida na escala richter
A sua febre é o aquecimento global
O seu lamento é tsunami
Pachamama pede ajuda
A dor é tamanha
E seu grito é contido
Como uma erupção
Que verte do seu ceio de magma incandescente
Quando o homem amar o planeta
Em que vive verá nele o paraíso
Que paira no espaço estrelar
Como um átomo vivo e azul
Que sofre e chora
Quando faço esse poema