sábado, 31 de outubro de 2009

O vento me contou


O vento me contou que do outro lado da montanha há um canteiro de flores
que exalam vida como um aroma impregnado a mui séculos.
O vento me contou que os pólen dançam numa tarde silenciosa em seu balé sem fim
Uma árvore milenar que o vento acariciou com seu sopro marinho confessou ao vento:
que seus frutos e suas folhas tem vida em abundância.
O vento voo alto e as aves de rapinas lhe contaram que o jardim que o vento
percorria em sua incursões era o paraíso.
O vento sorriu buscando dentro de si aromas de paisagens distantes
e disse para si mesmo:
que o paraíso habita dentro de cada um de nós
O vento me contou tudo isso quando eu voava com ele

Aos senhores da guerra


As hienas cruzam o mundo
E sorriem seu sorriso mórbido
Elas vendem a morte em forma
De: projeteis, granadas, fuzis e tanques.
De guerra.
E toda espécie de maquinário belicoso genocída.
As hienas mercadoras da morte
Senhores da guerra
Como abutres de asas encarniçadas voam
Sobre regiões em conflito levando a morte
Encaixotada pelo mundo á fora.
Pois, os projeteis que eles vendem são como.
Cães raivosos.
Que voam e destroem vidas
Como você!
Mercado da morte
Senhor da guerra ...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Caboclo bebe jurema e voa pelo céu azul anil


Caboclo bebe jurema e voa pelo céu azul anil
Faen
Faca
Fuzil
Caboclo bebe jurema e voa pelo céu azul anil
Como um disco voador enfumaçado
Ele cai como um cão alado
Que ladra pra lua
Que ladra pra lua
Caboclo bebe jurema e voa pelo céu azul anil
Rabeca
Pandeiro
Zabumba
Caboclo bebe jurema e voa pelo céu azul anil
Tua cabeleira multicor ( Lorida )
Como uma dança florida
Tu voa ó caboclo
Por canavial
Por canaviais
Caboclo bebe jurema e voa pelo céu azul anil
Jurema
Angico
Pavio
Caboclo bebe jurema e voa pelo céu azul anil
O céu de caboclo é a estrada
Tua lança
Teu azougue
Tu és tanque de carne e sonho
Que se perde no vendaval
Caboclo de lança ...

Céu xilogravurado ( Salve Dom Quixote que dorme num sopé de um monte de um monte de livros )

Vi um céu xilogravurado
Por símbolos alquímicos cabalísticos
E no céu azul
Vi caindo uma chuva de corisco
Uma viola reluzia suas notas
Que galopavam a beira mar
Um anjo de asas barrocas
Recitava um poema numa língua morta
Um cego ao ouvir tão belo poema
Chorou lagrima de diamantes
Enquanto isso, o sol dançava.
Toré num pano de chita estendido
No firmamento.

domingo, 25 de outubro de 2009

Dou um abraço na lua

Dou um abraço na lua
e sinto seu cheiro frio.
Ramo de rezadeira
fiapo de cuse rio
Dou um abraço na lua
e sinto seu cheiro frio.
Viola de fim de feira
carne de vaca
fuzil.
Dou um abraço na lua
e sinto seu cheiro frio.
Melaço de mel de cana
curisco que cruza no vazio.
Dou um abraço na lua
e sinto seu cheiro frio.
Pifi de Zabé da Loca
Rima som eterno pío.
Dou um abraço na lua
e sinto seu cheiro frio.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Haikais ( O deserto cortante da cana tem aroma de caos )

Um arco íris
Corre no céu
Como absinto na boca

Um corvo canta
Um louco reza
A vida passa

Saliva solta ao vento
É poesia concreta
Que cai na cara

Um rio corre
O deserto rasteja
O sertanejo reza

Uma arvore estática
Contempla na rua
O povo passar

Um Deva Toca

" Minha alma de poeta, cala-se perante um Deva que toca uma citara:
E dela tira um som, que faz mover-se as esferas celestes.
Que faz poléns voarem das flores
Que faz constelações dançarem em extase no firmento.
Calado Eu ouço e ao pé do Deva Eu me sento como uma criança diante de um enigma que se transfigura.
O Deva toca e sorri, e sai do seu instrumento um som mantrico
que em suas notas propagam aromas de frutas e de incensos ritualisticos,
deixados a milénios na aurora do tempo.
Eu como criança contemplo mirídes de mundos, que o deva tira do seu
instrumento".

sábado, 17 de outubro de 2009

O velho barco e o rio

Um barco em passagem por um rio disse a ele:
Eu já viajei por Oceanos e mares tão imensos a perde
de vista. Com águas tão límpidas e azuis e tão cristalinas
que se podia avistar o fundo com seus corais e seus peixes
multicoloridos. Vi tonalidades de azuis tão raros e tão
Intensos que só em pensar me vejo navegando novamente
em paisagens tão paradisíacas.
O rio sorriu e disse ao velho barco:
Ó velho barco vossa sabedoria mim alegra, pois mim mostra.
O que haverei de ver um dia. Porque na minha condição de rio
Estou seguindo para o oceano de onde tu vieste. Ò velho barco.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Ó viola ( Caboclo bebe jurema e voa pro céu anil )

Ó viola incrustada de brilhantes
mim mostra o sol e a lua
transforma a noite num instante.
Ó viola incrustada de brilhantes
teu som é andante em estradas
empoeiradas.
És o vento que levantas folhetos
cordialistco que estão nas calçadas.
Ó viola incrustada de brilhantes
que cantas na voz de Zé Vicente
Em Galope a beira mar
Num galope possante
Ó viola incrustada de brilhantes.
Tua voz é jóia rara
Tua voz é diamante...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Beleza sem fim

Jaraguá cibernetico lançando folhetos
Cordialisticos em forma de curiscos.
Que rasgam o seu de canto a canto!
Um cantador com sua rima xilogravurada
Nas mãos de JBorge.
Faz um lamento de galope a beira mar.
A beira mar de candeias
A beira mar de piedade
Uma ciranda roda como uma galáxia
Em espiral.
A viola numa brenha canta sua reza
Sacro santa.
Pela mão de um capiau
Pela mão de um capiau
Um Deus chora
E no céu nascem estrelas
Que sorriem a ver tamanha
Beleza.
Beleza sem fim

Mar de tulipas

O pensamento é o caleidoscópio d´alma
Em múltiplas cores
O bojo do pensamento permeia o branco
Do momento.
Em nuances lapidadas.
Duma torre de marfim
Um anjo canta uma cantiga
Sem fim.
Um mendigo chora
E suas lagrimas sem transformam em pérolas.
Que rolam pelo chão e se transformam em
Pétalas de flores.
A alma lapidada pela dor
Beija a face do tempo
E o tempo sorri seu sorriso longo
E calmo, como um mar de tulipas.