segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A lei da rua


A lei da rua

Ter aborda

Com bordoadas no olhar,

A lei da rua

Impõe-se com os punhos serrados

Há te acusar?!

De quê és preto ou pobre

De quê és suspeito até que se prove

O contrario nas alçadas da lei

Que é branca e burguesa e cheira há perfume importado.

O povo odeia ladrão, mas o ladrão é o alter ego do povo,

Querendo consumir (se) comprando

Nas liquidações da vida.

Uma tarde de sol vale, mas do que um saco de dinheiro

Vi escrito num muro na cidade de Potosi

Que foi roubado por um bando de branco e nem um foi preso!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Haikai Vida e Ida


Papel picado voando
Nuvem feita por criança
Com giz de cera colorida

Favo de mel
É o verdadeiro:
Pão doce!

Vida e ida
Tudo volta
Ao começo (...)

Enquanto existir cercas ( ... )


Enquanto existirem cercas, existira a fome
Travestida nas esquinas e nas calçadas
Enquanto existirem cercas, existiram milícias
Armadas há dominar periferias
Enquanto existirem cercas, existiram muros
Há separar homens de homens
Enquanto existirem cercas, existira o medo
Velho decrépito há jogar corpos nas ruas.
Enquanto existirem cercas, existira também:
A esperança, moça bonita que joga flores ao vento.

domingo, 21 de agosto de 2011

Víbora


“As víboras que ficam grudadas nas paredes das casas, no silêncio e em surdina, sabem, mas do que a gente pense”

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Pra quê!?


Pra quê criaram o gás lagrimogêneo?!
E escrito há sangue num beco de Berlim,
Havia a resposta: “ Para fazer a plebe chorar”.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Solitudes I


A solidão é adaga na mão de demônio,
Corta e mutila quem vê pela frente.
Uma cantiga tocada por um anjo e cantada
Pelo Cego Aderaldo faz cair flores de cajueiro
Ao chão e a tarde ficar doce igualmente rapadura.
Não tem solidão que agüente!

sábado, 13 de agosto de 2011

Pedre preciosa


Pedra preciosa
Vejo em teu olhar
Que cai da árvore da vida:
Fruta rara, doce manjar

Haikais à fumaça que se esvai


Fumaça que se esvai
No pulmão aéreo
Como um pensamento

Cálice de vinho,
Água benta cantada,
Como: ode

Flor do campo
Brisa suave
Que se vai
Que se esvai

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ao dia ou solta no vergel


Punhados de rimas
Solta no vergel
Como abelhas procurando
Néctar na flor da alma
Do poeta que dorme na rede,
Do pensamento, estendida no horizonte...

domingo, 7 de agosto de 2011

In memóriam


São Francisco de Assis disse: “Que o maior exorcista é a alegria”.
Uma amiga minha foi brutalmente assinada em sua casa-
É mas,uma dona de casa que se vai.
Sem ser chamada pelo Grande Mestre Universal que é :Deus.
Não pude ir ao teu funeral,pois,estava longe de minha cidade.
Mas,escreveu essa poucas linhas em tua homenagem
E pesso que a Justiça prevelesça como um sol que brilha no céu.
E que a alegria que a senhora foi em vida,exorcise a violência
Que ainda impera em nosso país que se chama Brazil!


*In memóriam à Dona Marinalva

sábado, 6 de agosto de 2011

Léguas arrebol


Flor de pétalas raras,

que desabrosa ao sol

rima que voa ao vento

oito léguas arrebol

Flor de pétalas raras,

sol de manhã nupcial

vida que tem cheiro;

de vinho,

suor,

manteiga & sal.

Viva la vida

Hermanos ...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A alquimia da mão


A alquimia da mão:
Que reza
Que benze
Que cura
A alquimia da mão:
Que alimenta
Que planta
Que colhe
A alquimia da mão:
Que esculpe
Que molda
Que escreve
Palavras ... efemeras
E as vezes, tão breve.

Barco a navegar em Hakais


Cravo da India
Na mão do poeta
É palavra que cheira

Ferro fundido
Na mão do artista
É escultura há andar

Madeira trabalhada
É barco a navegar,
Na boca do cantador.