Andaluz

Água da fontem sem fim Andaluz anda pra mim

Jardim paradisiáco na gota d´um orvalho

Ode mistica,incenso de poesia

A dançar ao som do alaúde

Versos recitados por um poeta cego

Numa lingua morta,

Cravo e canela enfeitando a porta!

3 Haikais #1/4

Pedra silenciosa a meditar

A distancia é a mesma

Grande é o mar

Peixe seguindo o rio

A foz é a boca do mar

A folha cai silenciosa

Vento andino é sopro de flauta

No ouvido do andarilho

A caravana seguiu o caminho

O Espantalho Midiático

O espantalho midiático

Mete medo com o seu latido de cão feroz

O espatalho midiático

Mostra outras “altertivas” que não levam

A lugar nem um

O espantalho midiático

Ilude e é iludido na ilusão que ele

Mesmo

Criou.

O espantalho midiático

Artifice e diretor desse espetáculo de mil tentáculos

De mil tentáculos de horror!

Anjo Com Asas de Papelão

Vi um anjo com asas feitas de papelão, a sobrevoar a cidade do hellcife

Era um anjo que mendiga um pouco de amor

No olhar da turba intoxicada pelo

Medo...

As Ruas da Babilônia

As ruas da Babilônia

Regurgitam pessoas diariamente

Cotidianamente, como, fumaça de um cano de escape!

Ruas congestionadas como artérias entupidas

As ruas da Babilônia

Com sua algazarra Babeliana

Falam mil idiomas por segundo

As ruas da Babilônia

Sorriem um sorriso sodomico

Em suas noites regadas á orgias

As ruas da Babilônia

Desperta-se no outro dia

No caminhar da prole que segui

A dormir um sonho mecanicista rumo ao progresso!

A Porta do Paraiso

O louco na porta do paraíso

Pedindo para entrar

Em vão gritava ninguém o ouvia

O bêbedo na porta do paraíso

Vomitando impropérios em forma de poesia

Lastimava-se com o chicote da auto-piedade.

O dervixe na porta do paraíso

Girando

Girando

Como o ressoar lento de mil universos

Sorria vendo que a porta do paraíso

Está dentro dele mesmo!

Dai-me

Dai-me um pouco de paz e não de gás lacrimogêneo

Como um Beijo

Noite morna & orvalhada de luzes com estrelas

Matutas e matutinas

Pequenos frutos de luz & de cores

Numa nuance infindável

Como um beijo que se dá na eternidade

Rimas e Pássaros

Vi um pássaro

Singrando o céu

Sem bandeira e sem pátria

Livre como uma rima

Na imensidão branca

Do papel

Je Veux ou Quero

Quero fazer amor contigo em Francês

Numa idiossincrasia idílica

Com algumas pintadas de pimenta da Guiana Francesa

De sobremesa quero teus lábios, deleitoso manjar!