quarta-feira, 29 de maio de 2013

Ode as Enxadas

Ode as enxadas
Carro de força sobre humano
Sob o sol inquisidor que olha ao longe
Ode as enxadas
Ferrugiosas como uma poesia de Pedro Tierra
Que cruza cerca de arame farpados
Ode as enxadas
Que canta na terra molhada
& chora na terra esturricada
Ode as enxadas
Com seu corpo cilindrico e madeirado
Deixa as mão calejadas
& o horizonte de lado

terça-feira, 28 de maio de 2013

Abraço & Violão

Abraço teu corpo de violão
Recito um verso Leminskiano
no ultra mar azul do seu olhar
A ternidade é um beijo
Sem fim (...)
Vi escrito a lápis de cor
na porta
do paraíso

domingo, 12 de maio de 2013

A rua é in (m).

A rua é in (m)
Inquieta
Imparcial
Impávida
Impessoal
Imperfeita
Imprudente
Insone
Inconsequente
Inconsciente
Intumescida de gente!

A Ponte

A lama dorme seu sono frio
Como um cadáver.
A poli & Cia limpa becos e vielas
Da turba jogada ao leu
Um réquiem cantado por ratos.
Faz chorar um jurista do alto de sua rapina.
A Ponte Duarte Coelho galopa numa viagem lisérgica.
Enquanto isso, poemas são sumariamente exterminados.
Na tela do computador!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

A Memória do Fogo

A memória do fogo
Que arde nas entranhas da terra
Também arde em minhas artérias
Como um tambor Banto
Assim bate meu coração
Ó fogo que enfeitas altares seculares e altares pagãos
Ó fogo modelador de Pachamama onde ela te abriga no seio terrenal.
Ó fogo (in)criado e sempre presente
Ó fogo elemental ígneo que dança na noite vivente
Ó fogo crepuscular áurea luz do poente Purifica com teu mantra silencioso as impurezas da mente.

Ode ao Grão

Grão que dança
Seja de areia ou duma semente
Carregas consigo lembras
Genéticas ou geológicas
De eras, pretéritas, e, de eras vindouras.
Areia tu fostes montanha
Semente tu carregas em si
A exuberância da floresta
Grão que dança
Veja o que te resta!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Com os Braços Abertos

Com os braços abertos
Olhando para um horizonte
Que si insinua como uma musica sem fim
Com os braços apertos dentro de mim
Como duas asas etéreas que se abrem
No horizonte que se anúncia
Com os braços abertos
Sentido um leve aroma de incenso de pitanga
Que se matiza na minha frente
Como um beijo dado na face da eternidade
Com os braços aberto
Abraço a eternidade que está dentro de mim!