quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O azimute


O azimute dança equilibrando
A bússola na minha frente
O sol poente me abraça
De manhã como uma namorada
Abraça seu bem amado
Traço um circulo no chão
Escrevo em um idioma que nunca vi
Leio um livro raro doado na rua
Por um monje
Bebo um chá de campim santo
E dou bom dia a um pé de jatobá
Que que sorri como um anjo
E vejo a vida brincando em minha frente
A janela como uma criança

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A Felicidade é ...


A felicidade é um anjo incumbido de plantar
As árvores do paraíso
Semeado de sementes de Luz
Agricultor celeste
A felicidade é um anjo incumbido de plantar
As árvores do paraíso
Quem disse que o labor não é doce?!
Veja o anjo sorri
Ele não se cansa
E continua a semear em um campo infinito
As árvores nascem alegres como melodias
Que o vento carrega
O anjo nada pedi para si
Simplesmente planta a semente no chão
E segui o caminho
Silenciosamente como uma brisa
Que cai suavemente ao chão
Enquanto isso, um rouxinol canta
A contemplar o infinito que dá
Um longo abraço na eternidade.

Nasci um Cristo periférico


Nasci um Cristo periférico
Em um barraco proletário
Em um país subdesenvolvido
Um matraquear de metralhadoras
Importadas de impérios distantes
Cruzam a madrugada fria-
Nasci um Cristo periférico
Em meio a balburdia suburbana
Um clarão é visto
É há paz que se anuncia
E não é na media gorda
Que grita ao quadro cantos!
É um cem numero de anjos
Feitos por mãos Vitalinas
Que cantam ao seu nome
Nasci um Cristo periférico
Numa manjedoura do SUS
Não leva o nome de Jesus
É um menino franzino
Tremendo de medo
Por ter nascido
Em um país chamado
Brazil !
Nasci mas um Cristo periférico
As balas de fuzis cruzam o céu
E um galo canta
Amém

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Abobada Circo Luzente


Circo é abobada
Que voa
Em noite turvas
De loa
Circo é abobada
Que treme
Quando o picadeiro
É aberto
Circo é abobada
Que sorri
Quando o agora
Insinua-se
Travestido de palhaço
Circo é abobada
Pintada de cima
Á baixo
Por cores incandescentes
Letreiro de céu
São estrelas
Abobada circo luzente!

Haikai ao Circo & o Azul Suspenso


Uma folha cai
Em um lago frio
A nuvem corre

O azul suspenso
Um circo enluarado
A noite sorri

Um punhado de estrelas
Em um céu salpicado
É enigma de deuses

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O comendador dos ventos


O comendador dos ventos
Voa pelo ar
Impregnado de aromas
& de historias
Que ele ouviu contar
O comendador dos ventos
Velho ancião
Profeta que dorme
Em templos esquecido
Pelo tempo
O comendador dos ventos
Acendedor de fogueiras
Feiticeiro vestido com roupa ritualística
Um pífano espalha teu nome
Em notas floridas
Na ribanceira do mundo

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Anjo de barro deitado numa esquina


Anjo de barro
Deitado numa esquina
O céu é teu chão
E as estrelas
Que tu vês.
São as pontas dos cigarros
Anjo de barro
Deitado numa esquina
Tens dentro de ti
O universo e o paraíso.
E te contentas, com tão pouco!?
Sai dessa sina
Assina, das páginas dos jornais
Voa vai ao paraíso
Que esta dentro de ti
Esperando-te de portas abertas
Deixa de lado a lata e as pedras
Que estão no caminho
E saibas duma coisa
Também já fui igual a ti
Um anjo de barro
Caído numa esquina
Só que aprendi o voar
E que voltei para
Ensinar a meus irmãos
A sonhar

Ás vezes é ...


A palavra às vezes mata
& às vezes cura.
A palavra ás vezes afasta
& ás vezes aproxima.
A palavra ás vezes é não
& ás vezes é sim.
& às vezes é maldição
& ás vezes é oração.
Às vezes é mentira
Ás vezes é mantra.
Ás vezes é mão:
Que bate ou afaga.
A palavra voa da boca do homem,
Ás vezes como adagas
& ás vezes com paz
É a dualidade tilintando dentro
Do homem, como dois rivais.
Ás vezes é a guerra & ás vezes é a paz.

Haikais sobre o azul e outras coisas ...


O azul vestisse
De si mesmo
& corre placidamente

Uma montanha suspensa
Na Iris, duma criança
& o sol brilha em seu sorriso

O oceano é uma gotícula
Na mão de um deus
Que corre na madrugada

sábado, 11 de dezembro de 2010

O Samba não tem cor ou Cem Anos de Noel Rosa



O samba não tem cor
Tem um coração
Que bate compassado
como um tambor
Bum
Bum
Bum
Se pode-se definir o samba
Pela mão, de um sambista.
Definiria pela mão, sempre
Actuante, de um menestrel.
Que viveu no inicio do século-
Na cidade do Rio de Janeiro
Com codinome Noel
E de sobre nome Rosa
Que ele, jogava aos ventos.
Nas noites, Cariocas.
Sua partitura era um simples
Pedaço de papel de pão.
Onde,ele escrevia seus sambas
Morreu jovem e se eternizou
Na voz de tantos interpretes
Mas o coração dele ainda
Bate como um:
Bum
Bum
Bum... Em meio a roda
de samba.

Salve Noel

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Nesse mar de sombre e luz


Nesse mar de sombra & luz
Em que vivemos
A dualidade é uma faca, de dois gumes.
Uma flor cai do dossel florido
Uma pedra afunda em um lado gélido
Noite e dia
Dia e noite
Quente e Frio
Frio e quente
A faca esta na mão
Cabe a pessoa escolher
O que fazer com ela
O mal e o bem
É uma questão de escolha
Qual a tua irmão?!
Enquanto isso, a vida corre
Dualística e misteriosa.
Um conselho, viva sua vida
Da maneira melhor possível.
A dualidade existe.
Mas é você quem escolhe o caminho
Nesse mar de sombra e luz
Em que vivemos

A noite cai & um Haikai


A noite cai
& um monge trama
Um haikai:

Azul anjo alado
Que dorme deitado
Num mandala

Símbolos alquímicos
Tirados do registro
Do tempo

Mantra cabalístico
Recitado por Dervixe
Que gira sem cessar

& o tempo para!
O monge acorda e diz:
É o Agora (...)

domingo, 5 de dezembro de 2010

Mantrificada



Um barco navega
Em um mar, azul turquesa.
Poeisia Mantrificada.
-Que se eleva numa aura de beleza-
Um cantar de uma rosa a desabrochar
É hino cosmico aos meus ouvidos.
E o poeta se cala, perante,
Tanta beleza.

Ode ao vento e a poesia segui




Ode ao vento
Menestrel alado
Ode a rosa
Dama pia
Ode ao céu
Duque vestido
De azul
Ode ao som
Menino que brinca
Ode a poesia
Criadora de metaforas
Ode ao silêncio
Que é o beijo de Deus

O Himalaia me chama




O Himalaia me chama

Com seu vento gélido

E seu dorceu montanhoso

Salpicado de branco

O Himalaia me chama

A transmutar paisagens

Empregnadas em minha alma

O Himalaia me chama

A recitar um Mantra

Que ecoa dentro de mim

Como um pulsar

O Himalaia me chama

Há me silenciar com seu

Sorriso

O Himalaia me chama ...