sábado, 31 de março de 2012

Haikais Germinativo



Flor suspensa
Menina sem nome
Que dança no ar

Pólen grão mor
Cavalo sem dono
De jardins suspensos no ar

Folha anjo sem asas
Com o sopro do vento
Aprendeu a voar

Amarelo Manga ou Chumpo Caótico


Um louco pinta a cidade
Com uma fruta tropical
Uma manga para ser exato
Ele com isso pensava que:
O amarelo manga
Que o amarelo da manga
Iria transmutar o caos cor de chumbo
Da cidade no amarelo vivas e carnudo da manga
Que se dá e que doa
Como uma amante no leito nupcial
De prazeres tropicais....

sexta-feira, 30 de março de 2012

Moça Griô


Moça Griô que dança
Em ruas urbanas
Numa palafita
Ou em uma cabana
Na beira de um igarapé
Moça Griô menina & mulher
Parteira propagadora de luz
Com seu vestido rodado,
Rodopiando e florido,
Furacão tropical na aba do teu vestido.
Moça Griô de cabelos cacheados
Trança rasta de raiz mostra logo
Quem tu és: viajada,viajante,enluarada & diamante-
Que cruza à madrugada num acalanto boêmio.
Licor de fino trato,
Vinho do porto,
Água de regato.
Moça Griô curandeira da Chapada Diamantina
Te conheci numa noite de festa
Enquanto a lua enluarada sorria
Enquanto as estrelas meninas dormiam
Na mina d ´água do teu olhar
Moça Griô.
Para juliana Santana com carinho

terça-feira, 27 de março de 2012

Calor parte I


Balão solto no ar
A cidade lá embaixo
Embebida da fuligem e da fuleiragem
Contorce-se como uma víbora urbana
No calor do meio dia

Caranguejo de Ferro



Caranguejo de ferro
Correndo nas ruas de Recife
Ruela crioula carcomida por cola química
Que um menino inala e viaja para longe do caos;
Que esta há sua volta,como uma serpente sem nome.
Uma ode Nerudiana corta a monotonia
Como um aroma de manga.
Que é oferecida à tarde, como um beijo.
De um casal que se beija vendo o dia passar
Como um ancião carregando a memoria coletiva
Na palma de sua mão.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Cristalina


Teu corpo é pétala
Esculpida por fadas
Incandescentes que voam
Em tua face
Teu corpo é luzido
Como pedra cristalina
No ceio duma caverna milenar.
Céu e sal
Sol e mar
Água batismal na pia pura do seu olhar
Ondina vestida com bolhas de água
Dançando no tapete do mar.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Fragmentos XXI


A lua enluarada embola num colchão de nuvens.

Na Porta do Paradiso


A reza da vela
Sacra sacrificafica há chama.
Em éterio abraço dado ao ar.
Dor e cansaço,
Um corpo inerte na cama.
Dois corpos em chamas
Se consumindo em desejos
Musa dando um beijo
Num jardim paradisiaco
Mosaico de cores renitentes
Na porta do paradiso.

Como duas folhas que caem


Como duas folhas que caem
Dois amantes se beijam
Tentando tirar um do outro
Uma gota de mel.
O doce mel de volupitosidade
Que se torna azedo com o toque
Putredo da luxiria.
Cega e sem luz e ardendo em desejos
Folha caida,
Cai com o seu peso,ancora na lama.
Torpe desejo.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Mistica Flor de Laranjeira


Linda flor brejeira mistica flor de laranjeira
Limpadora de pensamentos
Chá zen
Chá bento
Ramo de benzer
Água de beber
Linda flor brejeira mistica flor de laranjeira
Criadora de circulos mágicos
Criadora de filtro dos sonhos
Vem e mim ajudar a voar
Em alturas inimaginaveis
Amém

quarta-feira, 14 de março de 2012

Ao dia da Poesia


Uma particula de polén
Voa no dia da poesia
Poeira de flor azulante
Azul falante ...
Pó é sia,palavra ao vento
Enlevo de barco à vela
A navegar no momento
De uma gota de inspiração
Ins Pi rar A ação
De estar vivo,é a maior poesia que há!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Coração feito de Mármore


Coração feito de mármore
Que amolece ao som da viola
Profana viola caipira
Que da terra mim retira
E mim eleva para um céu,
De pinguimentos de estrelas.
E recorte de papel
Coração feito de mármore
Cinzelado cometa
Que cai há mil por hora
Bate tum,tum,tum
Sem demora.
E se transmulta em carne
Que é sinônimo de sofrer.
E de sentir também
E de sentir também

Todo ser Humano


Todo ser humano
Carrega uma masmorra dentro de si
Masmora silente &
Silenciosa (...)
Todo ser humano
Carrega uma masmorra dentro de si
Com empaladas palavras de arame farpado
Que ele não consigue pronunciar.
Todo ser humano
Carrega uma masmorra dentro de si
Onde um vil torturador que é si mesmo,
O persegui-o num estreito laberinto.
Todo ser humano
Carrega uma masmorra dentro de si
Onde há um libertador que também.
Que é Ele mesmo,puro e florido, como um dia.
No paraiso. (...).

segunda-feira, 5 de março de 2012

Leminskiano vento ...


Leminskiano vento,
Menestrel aonde tu vai?!
Lemisnkiano vento,
Ode antiga,
Velho Haikai.
Leminskiano vento
Pó é poesia,
O resto é resto
3 x 4 é tudo mais.
Leminskiano vento
Anjo que dorme ao relento
É boêmio poeta,
& tu!(do) mais (...).
Pulso de anjo marmóreo,
Frio de um não,
Sol de um sim.
Leminskiana poesia:
Ai de tu
Ai de mim
Que não propagarmos poesia
Rabisco num papel de pão
Doce inerte poesia
Vejo tartarugas voando
Ao redor duma árvore
Que cabalisticamente plantada
Num jardim suspenso.
Que há tudo alarde
Leminskiano vento
Voa & vai levar aromas
& palavras

Haikai ao Nature ##


Flor de amora
Que voa ao vento
Fada em flor

Cheiro de capim
Orvalhando-se
Como lágrimas

Capim limão
Lira ao relento
Orvalho na mão

quinta-feira, 1 de março de 2012

Loa à Juvenal que se foi


Velho Juvenal
De olhar trigueiro
Velho guerreiro
Castrador de bode
Para ti faço
Essa loa
Não faço um réquiem
Réquiens são como tangos Argentinos:
Tu irias dizer!
Faço loa que é boa para tragar
Com cachaça.
adeus Juvenal discanse em paz
como um barcamarte silente
guará esfainado
louca serpente
umbuzeiro dormindo ao sol
é céu de nortista
rapé de juá
estrelas mambembes
adeus Juvená

Beijo a Face do Nada


Beijo a face do nada
Ela dorme feliz
Como moça bonita e altaneira
Beijo a face do nada
Em um transe Dervixe
Gira mundo
Giral profundo
Morrer feliz