sábado, 29 de janeiro de 2011

Fragmentos III


Um palhaço sem circo
Não é palhaço, é uma sombra
Que sorrir

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O travador canta sozinho


O trovador canta sozinho
Na estrada em sua frente
Vê a manhã lhe sorrindo
Livre, leve, solta e displicente
O travador bebeu o vinho
Da adega de um rei
O pagou com poesia
O resto, mas, não contarei
O travador não compre e vende
Adquire com palavras
É rei de si mesmo
E caminha na jornada

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Cordel Eletro ácustico I


Reza no pé da ladeira
Com um cruz feita de lata
Roupa feita de couro
Ou de reluzente fumaça

Cano de arma sorrindo
Com sua baforada de cão
Pifano a voar solto no ar
Louco a correr de mão em mão

Bacamarte matador de Paraguaios
Serviçal da coroa Inglesa
Agora faz festa do terreiro
Da jagunçada sertaneja

Disco voador a voar
Sertão a dentro
Leva viola contigo
Ou então, um pé de vento.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Ode a viola que dorme faceira Parte I


A viola dorme faceira no canto da sala
A lua dança por trás da nuvem
Um cheiro de terra sobe feito incenso
Léguas de palavras
Bruma solta ao vento
Menestrel dorme na porta de um castelo
& a princesa do alto da torre suspira o seu nome
Uma ode é feita em labor (Latorium)
É suor que transmutado em palavras!
O menestrel acorda-se do seu sono
Rapta a princesa e vai embora
Criar circos pelo mundo

domingo, 16 de janeiro de 2011

Rede Estendida no firmamento


Rede estendida no firmamento, a suspender poeta
Que mira estrela de um planeta distante
A milhões de ano luz de sua casa

Semente na palma de minha mão


Semente na palma
De minha mão
É estrelar a luzir

Estrada de fim de mundo
Poeira voando alto
Nas asas de um colibri

Oca, casa de Índio
A socializar a vida
Que cheira a terra molhada

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um fogo é acendido


Um fogo é acendido
Em um alto suspenso
Um ressoar de flauta
Tocada, por um Deva
É escutado ao longe
Uma flor desabrocha
A sorrir para vida
Enquanto isso, uma corola
De estrelas é derramada
No firmamento
Por um anjo
Que tocava uma rabeca

domingo, 9 de janeiro de 2011

Fragmentos II


O universo são fractais
Que voam da mão de Deus

Fractais ou Ó dervixe girante


Ó dervixe girante
Tua dança é bela
Igualmente ao girar
Dos fractais
Eleva-se como incenso raro
Eleva-se no templo
Maior, que é o templo interno
Do homem
Ó dervixe girante
O malenavi é dança
Sagrada e gira como
O universo
Eu que já dancei
Nas masmorras infernais
Agora, danço girando
Na mão de Deus
Igual a ti dervixe girante
Que gira como uma corola
De fractais.

Céu dos homens


Relógio feito de cacos
De vidro
Achados na beira da praia
As horas dançam em vosso pendulo
Crepuscular
Uma pedra é jogada
Do oitavo andar
Ao longe parece um
Anjo, feito de barro.
Que se precipita
Do céu dos homens

Não te lamentes


Não te lamentes
Lamuria é leite derramado
Deixe a terra beber, também.
Se fores se lamentar
Escrava um poema
Uma ode sem ódio
Há não é fácil!?
Mas, pássaro engaiolado também
Saber cantar
Diga aos teus detratores
Que a vida é prevê
E olhar a vida alheia
É esquecer a arte
Maior, que é voar
Então, poeta voa
Pare de lamentar-te
Transmute e transforme
Em palavras que sabem
Voar ...
Transforme a vida em arte

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Fragmentos I


No silencio que há
Em mim-
Abro as asas e alço vôo

Manga dependura no pé de manga


Respirar o mormaço do Recife é u ó!
Manga dependurada no pé de manga
Há recitar um cordel tropicalista
Cheiro de lama
Impregnado no terno do politico
Que olha desdenhoso
Do alto arranha céu
A urbe que canta e chora
A artéria Capibariana
Que corre lentamente
Como uma troça carnavalesca
& quê num suspiro de papel picado
Vai embora

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Haikai Ao Novo Ano


Abri a janela do tempo ido
Mar esculpido por ondas
E por ventos alísios

Abri-se a porta da casa
Deixai o vento norte entrar
Com seu cheiro de aromas

Abri o coração sem medo
& tudo de bom que há
Venha habitar