terça-feira, 30 de novembro de 2010

A boca lavra palavras ou Ode Para Beval


A boca lavra palavras

Com a língua xilogravura

Da alma que se esparrama

pelo chão


Meia lua a dançar

Hasteada numa bandeira

A tremular no horizonte

Em uma pátria sem nome


Enquanto, Roberval mira estrelas

De seu sitio sideral

& um bacurau voa seu voo

Bochornoso no meio do nada

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Um Haikai à pedra que cai


Uma pedra quando cai
Cálida e voadora
& o horizonte chama seu nome

O artífice do barro
É a mão
E do beijo é a boca -

O silencio do corpo
Não é a morte,
É o êxtase de voar no paraíso.

São Dom Quixote a galopar
Seu cavalo rocinante
& estrelas tocando violas
A cantar seu nome

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Um Haikai à Erickson Luna


Lunático eu não sou
Mas, a beira de um copo.
Dende a se tornar um abismo

Não há poesia marginal
A quem não aceite
A verdade nela contida.

Recife correu em tuas veias.
Latina como teu sorriso.
& o poeta acorda no paraiso.

Haikai 2 terço & uma cerejeira


A cerejeira dança
Com o vento
Que a acaricia

Um punhado de terra
É jogado ao vento
Mundos que se complementam

Pisar em lama fria
Em madrugada gélida
É réquiem para os pés

sábado, 20 de novembro de 2010

Um punhador de terra


Um punhado de terra
É jogado ao ar
Em um deserto voador
Que se precipita
Um Dervixe gira
A soltar versos nesse
Deserto que voa no ar
E uma caravana
Pede passagem
É o príncipe que vem
Para contar historias
E o Dervixe descansa
Sedento como um cântaro
E silencioso como um pôr do sol

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Palavra escudo de luz


Palavra escudo de luz
Transmuta a mente de chumbo
Em mente de ouro.
Que reluz
Que o mal que voa no meio da noite
Não toque em meu corpo.
Que minha vontade seja a vontade
Do Pai que esta em secreto
E que o templo seja limpo por dentro
E limpo por fora
E que a água que jora da fonte da vida
Não seja maculada.
E que a paz e a harmonia permaneçam
Para todo o sempre
Assim seja!