terça-feira, 31 de agosto de 2010

Um poeta mirando estrelas


Um poeta mirando estrelas
Que nasciam translúcidas e brincalhonas.
Como fadas a rodopiar no horizonte florido.
Um poeta mirando flores vestidas de aromas.
Que bailavam num jardim secreto.
& recitavam poemas numa língua que só os anjos
& as crianças sabiam falar.
Um poeta mirando um céu duma abóboda azul
Turquesa, ele observou tamanha beleza
Mas, tamanha beleza, que não consegui falar.
E calou-se, pois é no silencio que a beleza se mostra.
Como maior intensidade.


Oração: Num nascedouro de estrelas vi meu amor nascer

Ode ao Condor parte 1


Aroma de palo santo
Voando silente pelo Andes
O condor observa do alto.
Uma festa ao sol
Que brilha imponente
No altiplano Andino.

Vento Norteador


Salve ó vento purificador
Abra tuas asas a ele
Vento curandeiro
Deixe que ele leve toda sua dor
Que o aroma que ele leva Purifique-te.
Limpe vossos pensamentos
& vosso sentimento.
Que o vento que vêm do norte
Vento norteador seja vosso guia.
Salve ó vento norteador
Que trás em seu bojo
Luz, Paz e Amor

sábado, 28 de agosto de 2010

Ode ao fogo


Ode ao fogo
Que queima
Ode ao fogo
Que arde
Ode ao fogo
Que rima
Ode ao fogo
Que é tempestade
Ode ao fogo
Feiticeiro
Curandeiro
Meu cumpadre
Ode ao fogo
Criador
Forjador
De tempestades
Ode ao fogo
Guerrilheiro
Macumbeiro
À vontade
Ode ao fogo
Do coração
Que com vida pulsa
Com Sal (da) de.

Benção Tio Lalo?

Beija-dor de madrigais


Luzeiro na mão de cego é sol a pino
Choro de vela
Choro de menino
Benção de viola é cantoria
Cheiro da rapa dura
Festa de santa luzia
Canoa de jacarandá
Praia de areia branca
Lua prateada no céu
Numa noite de bonança
Cheiro de flor de cajueiro
Que verte do teu corpo nu
Vento que sobra bravio
E trás, o frio lá do sul.
Chora o rico poeta
Com teu bojo de rimas
Joga no ar faz a festa
Conta logo vossa sina?!
De ser poeta nortista
Beijar-dor de madrigais
Com vossa viola na mão
A madruga é tu que trás (...).


Oração de poeta: Aquele que trás a rima é flecha certeira, assim falou um caboclo.

Haikais São Dom Quixote & duas Odes



São Dom Quixote
Há galopar rocinante
Joga loas ao ar

Ode de palhaço
É o sorriso
Do louco as estradas

Ode da viola
É a rima
Do trabalho,o suor.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Haikais em BudaPeste (Ou O Gelo Dorme)


O gelo dorme
Um sono lento
Que o sol desperta

Um lago gélido
Uma pedra fria
Ou gélidas aparências?!

O Sol dança
No arco celeste
Orbe ígneo sobre BudaPeste.

domingo, 22 de agosto de 2010

O afago de Deus é a vida


O afago de Deus é a vida.
Flor de pedra sagrada
Flor esculpida
Esculpida em mármore
Ou em pedra do sol
Nota em si
Nota em mi
No em sol arrebol
Anjo feito de barro
Por mãos artesãs
Sopro de instrumento raro
Faz raiar nova manhã
Colorida e cantante como
Cantiga de pássaro
Que dorme na janela do infinito
E alça vôo no espaço.

sábado, 21 de agosto de 2010

Vi (ou O Sol Sorriu)


Vi um tanque de guerra tomado por flores campesinas.
Cada um cantarolava um hino que aludia à paz.
Vi metralhadoras abdicar de seus projéteis assassinos
Em pleno, campo de batalha.
Vi pólvora se transmutar em farinha não para matar
A vida, que pulsa, mas para matar a fome.
Que corre loucamente em campos de trigos.
Vi porta aviões serem desmontados para se transformarem
Em arados e enxadas para cultivar a terra.
Vi Pachamama, sorri quando a poluição foi retirada de seu ceio.
E de suas águas e toda humanidade pedia perdão por todas
As espécies que foram exterminadas em nome do dinheiro.
Também vi que nesse dia o sol brilhava como nunca ninguém
Havia visto antes, era o sol do paraíso que sorria como.
Uma criança recém nascida.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Um Menestrel Canta uma Ode ( ... )


Um menestrel canta uma ode
Tocando um charango.
Em um templo a mui tempo esquecido.
Um menestrel canta uma ode.
Numa língua antiga.
Num língua muerta.
Miríades de anjos barrocos
Na soleira duma porta.
Um menestrel canta uma ode
Onde foi e onde será!
Revoada de falcão
De condor, solto no ar.
Um menestrel latino-americano
Carregando consigo o sangue e suor
Paragens e miragens
De rios e altiplanos a quem ele canta!?
La Pachamama e aos quatro ventos (...)
Enquanto isso: Um exemplar de Cem Anos de Solidão
Jazia no chão crivado de balas e sonhos libertários

domingo, 15 de agosto de 2010

Folhetim Avuador VII ou ( Anuncios Tropicalista )


A tanajura é fada comestível
O sol a pino segura a terra
Cordas de violas são estradas sem fim
Terço na mão de rezadeira, japa-mala na mão de monge
Assim é: a fé
Poeira contadora de estórias tua caneta é o pé e teu livro é são as estradas
Um bacurau voa no rumor da noite
A lua embola no vazio celeste
Enquanto isso, um aroma de canela enche o ar

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Hakai (si) lente (Ou o colibri)


Pedra (si) lente.
Musgo que abraça
O corpo inerte

Um rio chama
Ceio liquido
Liquidas miragens

Beijar uma flor
É divina melodia
Assim falou: um colibri

domingo, 8 de agosto de 2010

Viola pintada com cor de urucum


Viola pintada com cor de urucum
Na mão do cantador
Estrada cabocla,
Vestida de chão batido
Voar de bacurau
Silencioso e amigo
A guiar o caminhar
Latido de cachorro
Bravio, há coroar a madrugada
Cantilena de lambu
A demarcar as alvoradas
& a viola no bojo, absorvendo paisagens
Para compartilhar com poeta
Que canta
Ao meu amigo Anchieta

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Aos Alto Vento(ou Pela Primeira Vez)


Aos altos ventos
que nos leva a Deus
& há beijar o infinito
como um anjo
que abre os olhos pela primeira vez
Assim é:a vida
ávida e voadora

Aos Altos Ventos*Mister BigAllenn

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Um Hakai Sabéqueado & outros mais(...)


Coco de roda
Redemoinho sonoro
É o povo dançando

Rabeca luzida
Vestida de musica
Em mãos Salustianas

Pífano de Zabé
Creando mundos
Na imensidão da chapada