quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Ao velho Griô ( Ano que Vêm )


Oh, velho Griô traga contigo Grãos de Luz.
Oh, velho Griô tua viola é sagrada.
No bojo dela nasce um rio que é verde-transmarinho.
Oh, velho Griô.
As estradas te saúdam quando tu passas.
Velho Griô.
Uma rabeca tocada pelo vento seguiu teus passos.
E um pífano tocado por Zabé da Loca canta vosso
Nome num idioma Banto.
Uma imagem de um santo feita de restos de enxadas e
Foices se curva perante vós.
Oh, velho Griô contador de.
Histórias (...)
Em cada casa feita de massapé.
Oh, velho tu deixas transparecer a beleza que há.
Impregnada no barro e impregnada em cada um que habita nela.
Um incenso de fulô é aceso quando tu passas.
Ofertada pela mão duma criança.
Um Grão de Luz sobe ao céu.
E brilha como um balão numa noite de São João.
Ao longe ouso passos é o velho Griô que passa.
Contando Histórias.
E pela estrada vai há espalhar Grãos de Luz e de Paz.
Grão de Luz é Alma que Brilha em cada um de nós.
Como estrala matutina o velho Griô espalha sua voz.
Oh, velho Griô traga o Grão de Luz que habita em.
Cada um de nós.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Haikais ao Ano Vindouro


Ao ano vindouro
Que velha belo
Todo talhado em ouro

Que seja harmônico
Como um sacro tesouro
Guardado no coração

Que seja a paz
A singrar na imensidão
Esse ano que se descortina

A Águia e o Abismo



Como uma águia acorrentada eu clamo a beira

Dum abismo para me libertar.

O abismo chama meu nome de ave celeste

Não sou da terra

Sou do ar

Na minha visão de águia

O abismo é um imenso mar

Que precisar ser conquistado

De repente me solto e vôo

Livre como um raio

Que cruza o céu

Mar azul da cor de Krishina

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Confissão de Um Anjo Cabloco ( Xilogravura do Paraiso )


Candeeiro na mão dum anjo
Xilogravura ( do ) no pórtico
Do paraíso.
O candeeiro brilhava igualmente ao sol.
Um tocador de viola tirava rima na hora
E ofertava ao rebôo.
Um cheiro de rapadura que saia dos grotões
Celestes.
Impregnava o ar.
Uma ave de rapina com olhos de pavão.
Cantou uma toada na imensidão que fazia
Nascer flores no chão.
Uma escultura feita de restos de enxadas
Enfeitava um pátio com chão impregnados de diamantes.
E num alto monte descia uma cachoeira
E te juro e dela caia farinha.
Que brilhava como estrelas
Luzindo pelo céu
Tudo isso eu vi quando eu descia do céu

Hakais ( Estradas e Rios e Horizontes )


Um rio corre
Uma estrada anda
A vida passa

Um beijo é dado
Numa flor de lótus
O monge canta

O sol dança
No horizonte avermelhado
O vento corre sobre o telhado

Uma gota de orvalho cai
De alturas abissais
Uma águia voa

sábado, 19 de dezembro de 2009

A Esperança Vem surgindo


A esperança vem surgindo
Vem surgindo por trás do monte.
É guia
Criadora de Horizontes.
Seu vestido bordado a mão
enfeitado com diamentes
A esperança vem surgindo
Vem surgindo por trás do monte.
É guia
Criadora de Horizontes.
A viola canta seu nome
As estrelas tem seu sobre nome.
A esperança vem surgindo
Vem surgindo por trás do monte.
É guia
Criadora de Horizonte.
Um velho griô vem com ela
contador de istórias.
De istória belas.
Pois é na fantasia
Ela deita e rola.
A esperança vem surgindo
Vem surgindo por trás do monte.
É guia
Criadora de Horizonte.
Um baobá se alegra quando ela passa.
Os passaros ficam cantando.
A vida fica mas leve,como um vôo duma garça.
É esperança que vem vindo
É a esperança que passa.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Campanha Diaconia contra o Preconceito



Diaconia, Gapa e Ongs do Paraguai e Haiti lançam campanha contra o preconceito
01 de dezembro de 2009
No dia Mundial de Luta contra Aids organizações não-governamentais do Brasil lançam em parceria com Paraguai e Haiti campanha internacional contra o preconceito aos portadores de HIV.

A Diaconia (PE) e o Grupo de Apoio e Prevenção à Aids (GAPA/BA) lançam hoje, dia 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra o preconceito a Aids, uma campanha internacional de combate ao preconceito aos portadores de HIV-Aids. A campanha está sendo realizada em parceria com ONGs do Paraguai e Haiti e vai ser veiculada simultaneamente nos três países.

A campanha é composta de anúncios para jornal, VTs de 30'' para TVs, banners de internet e cartazes que alertam contra a discriminação e consequente violação dos direitos das pessoas que vivem com o HIV. “O fato de a pessoa viver com o HIV não deve lhe impedir de ter um trabalho, amigos, convivência social, enfim,uma vida normal”, diz o coordenador do Programa de Apoio a Ação Diaconal das Igrejas (PAADI), da Diaconia, Sérgio Andrade.

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou recentemente uma lei que pune com reclusão de um a quatro anos as pessoas que discriminarem os portadores do vírus HIV. Esta medida deve beneficiar aproximadamente 630 mil infectados pela doença no Brasil. O projeto pune as seguintes condutas discriminatórias: recusar, procrastinar, cancelar ou segregar a inscrição ou impedir que permaneça como aluno em creche ou estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado; negar emprego ou trabalho; exonerar ou demitir de seu cargo ou emprego; segregar no ambiente de trabalho ou escolar; divulgar a condição do portador do vírus HIV com o intuito de ofender-lhe a dignidade; e recusar ou retardar atendimento de saúde.

Até 2003, já foram notificados no Brasil 277.154 casos de Aids. Estima-se que, atualmente, no país, haja 600 mil pessoas portadoras do vírus HIV. Destas, 200 mil já fizeram o teste e as demais não sabem sequer que vivem com o vírus.

No mundo, cerca de 33,4 milhões de pessoas estão infectadas com o vírus da Aids. Embora este número signifique um crescimento se comparado às 33 milhões de pessoas infectadas em 2007, um maior número de pessoas está vivendo mais tempo com a doença, por conta da disponibilidade de medicamentos para o tratamento do HIV.

“O número de mortes relacionadas à Aids caiu em mais de 10% nos últimos cinco anos ao passo que mais pessoas ganham acesso a medicamentos que salvam a vida”, informa o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Programa Conjunto da ONU para HIV/Aids (Unaids), cuja elaboração ocorreu a partir de dados compilados em 2008.

Ficha Técnica:
Onde: Brasil, Paraguai e Haiti
Quando: 1º de dezembro de 2009
Informações: Emanuel Rodrigues – Diaconia (3221.0508) – comunicaçã o@diaconia.org.brEste endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo

Fontes para entrevista no Brasil: Gleizy Gueiros e Sérgio Andrade – Diaconia ( gleizy@diaconia.org.brEste endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo ), ( sergioandrade@diaconia.org.brEste endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo ) e Harley Henriques – GAPA/BA ( gapabaharley@terra.com.brEste endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo ) 71 3328.9200.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Vi Barcarola do São Francisco ( Ao poeta que dorme na rede que cruza o céu )


Vi barcarola do São Francisco.
Cruzar o céu azul
Numa noite luar.
A lua no ar
Embolando pelo céu sereno.
Vi também uma rede
Feita de fina renda.
Estendida no firmamento, e dentro
Da rede um tocador de viola.
E em cada, nota que saia, uma estrela
No céu nascia.
Clareado o firmamento.
E em cada verso, versejado pelo cantador
Nascia uma flor na ribeira do roçado.
A lua emboladeira, pelo sertão levantava um véu
Prateando todo sertão.
E o sol ao longe nascia
E o astro Rei Luzia clareando há imensidão.
E o poeta na rede dormia
E como uma chuva caia
Renovando o velho chão. (...)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Na solidão dum shoping center


Hoje estou tão besta
Hoje estou tão demente
Vou seguindo meu caminho
Na solidão dum shoping center.
É gente falando um palavrório
Suburbano ou classe média 1,2 ou 3.
É a mesma musica é a mesma cacofonia.
Toda hora
Todo ano.
É bombardeio visual
O ano inteiro.
Como em um labirinto enfeitado
Vou seguindo.
Transformaram Minotauro num papai Noel
E ele esta segurando um sino.
Ninguém presta a menor atenção a nada
E nem a si mesmo.
Na solidão do shoping center.
Todo mundo são os mesmos.
Consumidores.

Haikais à noite e a beleza


Uma estrela candente
Passa, um lago admira-a.
A noite cai, perante os dois.

Um mendigo pede um abraço.
Ao primeiro que passa.
Uma estrela chora nessa noite.

Um anjo dorme na porta duma igreja.
Enquanto isso, o padre reza missa em latim.
O anjo sorri nessa noite.

Um palhaço corre na solidão.
A candura do céu rosto.
É mascara que cai na noite.

A arvore do desejo


A arvore do desejo que esta bem no meio
Do paraíso.
Não meche com ela
Ela não mechará contigo.
A arvore do desejo que esta bem no meio
Do paraíso.
Paraíso improvisado desenhado num pedaço
De papel.
Será o paraíso
Ou será o céu?
Céu de Dante
De círculos sagrados.
Paraíso é beijo que se dá
Na boca do infinito.
Não morda
É fruta sagrada.
É para ser sentida.
É para ser admirada.
Então, cala-se perante.
Tamanha beleza.
Silencio é no silencio
Que se conversa com Deus.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Encha teu coração de flores


Encha teu coração de flores
Transforme-o em um jardim
Suspenso ( ... )
Onde pássaros do paraíso vêem cantar
Uma cantiga em Sânscrito que ele leu no Gita.
Transforme teu coração em um canteiro de flores raras.
Onde beija-flores rodopiam como fadas.
Encha-o de puro aroma de incensos ritualísticos
Que são ofertados a deuses e deusas que habitam dentro de ti.
Encha teu coração de flores
Transforme-o em jardim
Suspenso ( ... )
Onde se ouve cantares de poemas místicos
Onde um rio manso serpenteia carregando vida.
Transforme forme teu coração em um jardim florido.
Onde sons de violas e de citaras se propagam carregando
Aromas raros.
Transforme teu coração em um jardim suspenso
Para que você possa levar ele onde você quiser.
Para que aqueles que nunca viram flores
Possa ver e sentir a beleza que há dentro de Ti.

Haikais sobre perola e flores 12/4 de horas


O sol dorme ao meio dia
No silencio de si mesmo
Um mendigo chora

Perolas de dor são dadas
Como lágrimas em um altar
Erguido em meio ao deserto

Uma flor canta
Para á mão que há corta
As horas são testemunha
Tamanha dor

Um sino dobra
Ele fala em um idioma feriu
Que poucos entendem

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A Besta Maquinada



Moí de ferro cavernoso
De sapiência eletroeletrônica
A besta fera maquinada
Viaja á 10.000 terabites por segundos.
Da periferia em Bogotá
A New York.
A besta fera maquinada
Ela não dorme
Ela não tira férias
O seu cérebro cibernético
Feito de silício, ouro e diamantes.
A torna onisciente e onipresente
Cibernética!
Ela esta em todo lugar...
A besta fera maquinada é tema de teses e doutorados
A sua loucura cibernética projeta conflitos
Que dão lucros ($$$$)
Tanques de guerras
Canhões
Minas e todo arsenal belicoso
Projetas hospícios para hospedar vossos fieis seguidores
King Lud tinha razão, por isso que quis destruir a maquinaria no inicio do século.
Que então se tornaria:
A Besta Maquinada
Teus tentáculos são feito de fibra de vibro
Que sai de Cyberjaya e vai até Machu picchu.
Tua boca é tem um código indecifrável
E tua loucura tem meio e fim
Besta fera maquinada
Fostes projetadas por mãos humanas
Foste arquitetada no meio do nada
Besta fera maquinada
O homem criou a maquina e se tornou escravo dela
Salve São Dom Quixote
Ele tinha razão!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

La estrada segui ( Ave santa sertaneja é ave de rapina que voa e peleja)


A estrada segui sem fim
Retirastes contam a ti
Estrada, o que viram
A estrada segui se fim
Seu rumo balístico
Cheiro de chupo
Nó de cana
A estrada vê tudo isso
E não se engana
Vê justiça de jagunço
Vê lamento de cantador
A poeira é sua lágrima
que sufoca tanta dor.
A estrada segui sem fim
Como uma fila indiana
Se some no horizonte
eitá vida mas tirana
Mas a estrada segui ...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Pinte o 7


Uma flor cai no rio
O rio dança com a flor
Uma mão pinta o 7
O 7 pinta com a mão
Uma boca beija a brisa
Que passa de supetão
A vida não é só mentira
Ela é verdade então?!
Então pinte o 7
E beije a brisa
Ame entao! ...

Haikais Tupininquins ciberpank de 1/16 avus


Um louco cruza o deserto
A lua dormiu impávida
A cidade pegava fogo

Um tiro é dado
Um beijo é roubado
Numa noite de amor

Um navio zarpa
De alturas abissais
Um anjo canta

A fruta beija
Com avidez
A boca que á devora

Vi Parte 1 Mas 1/4 de horas


Vi num céu xilogravurado
Por símbolos alquímicos cabalísticos
Escritos no pórtico do paraíso
Vi caindo uma chuva de coriscos
Uma viola Luzia suas notas galopantes
Um anjo de asas barrocas.
Recitava um poema numa língua morta.
Um cego chorava lágrimas diamantinas na porta
duma ermida.
Enquanto isso, o sol dançava toré num pano
de chita estendido no firmamento.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Ponte do Recife Canto 1


Pontes do Recife. As águas que singram teu ceio refletem a alegria e o medo.
Pessoas passam margeando o Rio que agoniza.
A agonia do Rio é á agonia de muitos.
Que passam sem saber pra onde ir.
O cheiro torpe de lama, fecunda, onde um anjo de Asas molhadas canta.
Um réquiem!
Enquanto isso, o carnaval sufoca sua voz sulfurosa.
Que se confundi com a voz do povo em seu réquiem carnal.
Que canta pra ver que a tristeza vai embora.
Só que em dia de carnaval a tristeza se traveste de alegria.
E chora em meio a multidão que vai embora.

sábado, 21 de novembro de 2009

HAKAIS 12 POR 9 DE 1/4 DE DIA


Um lago cruza o deserto
Que chora profundamente
A seca é anjo caído

O abismo dorme
Um cego anda
Por estradas desertas

Um pássaro voa
Uma serpente serpenteia
A vida passa

Uma flor na calçada
Ninguém há vê
Só poeta que chora

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O curandeiro passa


O curandeiro passa
E trás consigo estórias ancestrais
O curandeiro passa
Seguindo a sabedoria do rio,
ele vai.
O curandeiro passa
Reza, reza benzedeiro
Com ramo de furta-cor
O curandeiro passa
Não cobra nada
é de graça.
De graça se ganha
De graça se dá
O curandeiro passa
Visitando, casas de massapê.
Visitando curando,rezando,benzendo
fazendo o que é pra fazer:
O Bem!
Ouvi o Curandeiro dizer.
O curandeiro passa ...

domingo, 15 de novembro de 2009

Haikais (1/45 em sete)


O sono beija
As pálpebras dormentes
Como absinto no corpo

Um aroma argênteo
Rompe a noite
É a lua passa

O corpo envolto
É pétala que cai,
No jardim suspenso.

Uma flor abriu-se,
Entre duas colunas marmóreas.
Vejo a porta do paraíso.

Uma flor voa
É anjo taciturno
Que dormitava na nuvem

sábado, 7 de novembro de 2009

Haikais ( Tupiquin cibernético 1/5 de horas )


Pessoas se olham
Mas ninguém se vê
na rua que treme

O perfume da rua
é lodo aludido
o dia cai como uma pedra

Meninos pedem
Niqueis em forma de lágrimas
são dados

Uma palavra feri
igual bala de fuzil
Cala-te boca!

Cordialisticas ( A viola fala o que a alma senti )


Céu azul todo anil
carcará voa ligeiro
aura bala de fuzil.
O sol é candeeiro celeste
que brilha do Moxotó á Buda Peste
Um sanfoneiro que tocava num
antigo bangué chorou a ver
o mundo se transforma num torrão de açúcar
Um negro banto de sorriso de marfim
disse que o mundo gira loucamente
em um rodopio sem fim
Enquanto isso,um capial com sua
viola vazia cair estrelas do céu
em uma noite de lua
em uma noite de lua

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Haikais 1/4


Uma pedra cai no lago
O lago abraça a pedra
que dormi profundamente


Um beijo dado no vento
é auspicio de boa sorte
a mão que joga flores
na hora da boa morte

Um anjo de asas de ouro
estradas sem fim eu fui
escapulário de santa rosa
é rosa que me conduz

Labor de mão calejada
é cantiga que o vento canta
cavalo em disparada
estrada da boa esperança

Haikai que voa e cai
na boca de um poeta
Rima,sina e reta

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Monge e o Abismo


Num sopé de um monte morava um monge.
O monge ia ao fim da tarde conversar com o abismo. Que era seu melhor amigo.
Um dia vendo o silêncio abissal que o rodeava. O monge. Gritou com tanta força
Mas tão forte. Que ouviu sua própria voz foi ai que notou que estivera só fazia milênios.
E chorou. E uma águia desceu e disse para o monge: Homem deixe a solidão de abismo pra lá. Venha para solitude do céu que abraças estrelas e constelações. Nesse dia em diante o monge que foi amigo do abismo passou a ser amigo do firmamento.

sábado, 31 de outubro de 2009

O vento me contou


O vento me contou que do outro lado da montanha há um canteiro de flores
que exalam vida como um aroma impregnado a mui séculos.
O vento me contou que os pólen dançam numa tarde silenciosa em seu balé sem fim
Uma árvore milenar que o vento acariciou com seu sopro marinho confessou ao vento:
que seus frutos e suas folhas tem vida em abundância.
O vento voo alto e as aves de rapinas lhe contaram que o jardim que o vento
percorria em sua incursões era o paraíso.
O vento sorriu buscando dentro de si aromas de paisagens distantes
e disse para si mesmo:
que o paraíso habita dentro de cada um de nós
O vento me contou tudo isso quando eu voava com ele

Aos senhores da guerra


As hienas cruzam o mundo
E sorriem seu sorriso mórbido
Elas vendem a morte em forma
De: projeteis, granadas, fuzis e tanques.
De guerra.
E toda espécie de maquinário belicoso genocída.
As hienas mercadoras da morte
Senhores da guerra
Como abutres de asas encarniçadas voam
Sobre regiões em conflito levando a morte
Encaixotada pelo mundo á fora.
Pois, os projeteis que eles vendem são como.
Cães raivosos.
Que voam e destroem vidas
Como você!
Mercado da morte
Senhor da guerra ...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Caboclo bebe jurema e voa pelo céu azul anil


Caboclo bebe jurema e voa pelo céu azul anil
Faen
Faca
Fuzil
Caboclo bebe jurema e voa pelo céu azul anil
Como um disco voador enfumaçado
Ele cai como um cão alado
Que ladra pra lua
Que ladra pra lua
Caboclo bebe jurema e voa pelo céu azul anil
Rabeca
Pandeiro
Zabumba
Caboclo bebe jurema e voa pelo céu azul anil
Tua cabeleira multicor ( Lorida )
Como uma dança florida
Tu voa ó caboclo
Por canavial
Por canaviais
Caboclo bebe jurema e voa pelo céu azul anil
Jurema
Angico
Pavio
Caboclo bebe jurema e voa pelo céu azul anil
O céu de caboclo é a estrada
Tua lança
Teu azougue
Tu és tanque de carne e sonho
Que se perde no vendaval
Caboclo de lança ...

Céu xilogravurado ( Salve Dom Quixote que dorme num sopé de um monte de um monte de livros )

Vi um céu xilogravurado
Por símbolos alquímicos cabalísticos
E no céu azul
Vi caindo uma chuva de corisco
Uma viola reluzia suas notas
Que galopavam a beira mar
Um anjo de asas barrocas
Recitava um poema numa língua morta
Um cego ao ouvir tão belo poema
Chorou lagrima de diamantes
Enquanto isso, o sol dançava.
Toré num pano de chita estendido
No firmamento.

domingo, 25 de outubro de 2009

Dou um abraço na lua

Dou um abraço na lua
e sinto seu cheiro frio.
Ramo de rezadeira
fiapo de cuse rio
Dou um abraço na lua
e sinto seu cheiro frio.
Viola de fim de feira
carne de vaca
fuzil.
Dou um abraço na lua
e sinto seu cheiro frio.
Melaço de mel de cana
curisco que cruza no vazio.
Dou um abraço na lua
e sinto seu cheiro frio.
Pifi de Zabé da Loca
Rima som eterno pío.
Dou um abraço na lua
e sinto seu cheiro frio.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Haikais ( O deserto cortante da cana tem aroma de caos )

Um arco íris
Corre no céu
Como absinto na boca

Um corvo canta
Um louco reza
A vida passa

Saliva solta ao vento
É poesia concreta
Que cai na cara

Um rio corre
O deserto rasteja
O sertanejo reza

Uma arvore estática
Contempla na rua
O povo passar

Um Deva Toca

" Minha alma de poeta, cala-se perante um Deva que toca uma citara:
E dela tira um som, que faz mover-se as esferas celestes.
Que faz poléns voarem das flores
Que faz constelações dançarem em extase no firmento.
Calado Eu ouço e ao pé do Deva Eu me sento como uma criança diante de um enigma que se transfigura.
O Deva toca e sorri, e sai do seu instrumento um som mantrico
que em suas notas propagam aromas de frutas e de incensos ritualisticos,
deixados a milénios na aurora do tempo.
Eu como criança contemplo mirídes de mundos, que o deva tira do seu
instrumento".

sábado, 17 de outubro de 2009

O velho barco e o rio

Um barco em passagem por um rio disse a ele:
Eu já viajei por Oceanos e mares tão imensos a perde
de vista. Com águas tão límpidas e azuis e tão cristalinas
que se podia avistar o fundo com seus corais e seus peixes
multicoloridos. Vi tonalidades de azuis tão raros e tão
Intensos que só em pensar me vejo navegando novamente
em paisagens tão paradisíacas.
O rio sorriu e disse ao velho barco:
Ó velho barco vossa sabedoria mim alegra, pois mim mostra.
O que haverei de ver um dia. Porque na minha condição de rio
Estou seguindo para o oceano de onde tu vieste. Ò velho barco.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Ó viola ( Caboclo bebe jurema e voa pro céu anil )

Ó viola incrustada de brilhantes
mim mostra o sol e a lua
transforma a noite num instante.
Ó viola incrustada de brilhantes
teu som é andante em estradas
empoeiradas.
És o vento que levantas folhetos
cordialistco que estão nas calçadas.
Ó viola incrustada de brilhantes
que cantas na voz de Zé Vicente
Em Galope a beira mar
Num galope possante
Ó viola incrustada de brilhantes.
Tua voz é jóia rara
Tua voz é diamante...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Beleza sem fim

Jaraguá cibernetico lançando folhetos
Cordialisticos em forma de curiscos.
Que rasgam o seu de canto a canto!
Um cantador com sua rima xilogravurada
Nas mãos de JBorge.
Faz um lamento de galope a beira mar.
A beira mar de candeias
A beira mar de piedade
Uma ciranda roda como uma galáxia
Em espiral.
A viola numa brenha canta sua reza
Sacro santa.
Pela mão de um capiau
Pela mão de um capiau
Um Deus chora
E no céu nascem estrelas
Que sorriem a ver tamanha
Beleza.
Beleza sem fim

Mar de tulipas

O pensamento é o caleidoscópio d´alma
Em múltiplas cores
O bojo do pensamento permeia o branco
Do momento.
Em nuances lapidadas.
Duma torre de marfim
Um anjo canta uma cantiga
Sem fim.
Um mendigo chora
E suas lagrimas sem transformam em pérolas.
Que rolam pelo chão e se transformam em
Pétalas de flores.
A alma lapidada pela dor
Beija a face do tempo
E o tempo sorri seu sorriso longo
E calmo, como um mar de tulipas.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Coluna de topázio

Um poeta dormiu ao pé
Duma coluna.
Coluna feita de topázio que
Sustenta um céu azul turquesa.
Extasiado por tamanha beleza o
Poeta chorou.
As lágrimas que vertiam dos olhos
Do poeta se transformaram em
Diamantes em gemas raras.
Que clarearam o instante dum novo
Amanhecer.
Num céu de papel picado uma
Estrela verde luzia
Era a esperança que sorria
Sua risada vespertina
Um circo sem lona
Corria o mundo
E o poeta num êxtase profundo
Amou cada átomo como a si mesmo
Amou cada átomo como a si mesmo
E se foi (...)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ode a rima

Palavra que sai da boca com rima
consagrada
Tem rima boa que transforma
Tem rima boa que agrada
Tem poesia sem rima
Tem poesia rimada
O que importa é o que?
A palavra lapidada pela
língua propaga.
Propaga beleza que a palavra cria
sem usar quase nada.
O pincel é o pensamento
e a tela em branco que é a imaginação
Se drumoniza
Se leminskianiza
Se patativiza
A poesia é soberana
Amiga de palavra
É como tinta para o pincel d´alma
Que logo se acalma
De tanto acalento
De tanto ensejo
De tanto beijo
De tanto encanto
A cabeça logo diz:
Isso é poesia!
Ou não é nada...

Obs:
* Carlo Drumon
*Paulo Leminsk
*Patativa do Assaré

Contemplo a ti ó umbuzeiro ( Árvore sagrada )

Contemplo a ti ó umbuzeiro
Árvore sagrada de canto a canto
E a ti eu poeta canto
Em versos tirados do bojo do pensamento
É árvore enfeitada de crianças
Quando estas dando teus frutos
Quando tu florir és como uma
Noiva que dança na paisagem agrestina
Tuas folhas que agrada a qualquer paladar
Servo de pasto para pequenas lagartas
Que depois em ti fazem casulos
E se transformam em borboletas
Borboletas umbuzadas
Borboletas umbualadas
Que propagam teu nome
Que propagam teu nome
De árvore sagrada
De árvore sagrada ...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Um Anjo de Asas Gorkianas

Um anjo com Asas Gorkianas
Com um velho alaúde cheio
De livros de livros raros
Livros panfletários
Livros operários
Sobrevoava uma vila proletária
E ao longe um tocador de viola
Avistava uma tarde em galope
A beira mar.
Mas o mar estava tão perto
Acima de nossa cabeça
O mar que o violeiro via
Era o mar da esperança
Que voa e que flua acima
De nossa cabeça
Que seu azul luzido
Panfletário e Revolucionário
O anjo de Asas Gorkianas
Cantava para o povo
E com a viola andante
O violeiro tocava e do bojo
Da viola sai o paraíso de Dante
Metralhado e metrificado
E com ouro adornado
E uma sucessão de rimas
Que cantava a viola do povo
E o anjo de Asas Gorkianas
Chorou pela primeira vez
E cada lágrima transluzia
E em cada lágrima nascia
Um mundo de cada vez
Um mundo de cada vez

( O deserto cortante da cana é palavra de caboclo de lança que se lança no deserto canavial feito de pó e cal )

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Jaguará malumbo em um campo minado jogando flores ao vento

Jaguará malumbo em um campo minado jogando flores ao vento
Metralhadora verborrágica de palavras cordialisticas numa
Noite sertaneja blues de violeiro é cantoria!
Jaguará malumbo em um campo minado jogando flores ao vento
Virgem vestida de chita florida sorri ao menestrel que canta
Arlequim incendiário voa sertão há dentro em busca da ira
Glauber ( Riana ) e encontra Patativa do Assaré que o faz
Chorar e o arlequim flori como um mandacaru.
Jaguará malumbo em um campo minado jogando flores ao vento
Um jumento vuador sai da boca de Zé Limeira e canta
Uma toada em galope à beira mar de Ipanema
Onde Tom Jobin e Tom Zé metrificavam um reza banta
Jaguará malumbo em um campo minado jogando flores ao vento
Bendito cantado pela morte duma nascente fez nascer um mar
No meio do cerrado onde Ventania colhia cogumelos vindos de marte.
Jaguará malumbo em um campo minado jogando flores ao vento
Foice feita de despojos canavieiros é exposta como escultura no Museu
Do Louvre em Paris.
Rima salivada da boca de Ferreira Gular se transforma em anjo Barroco
E cruza o mar e vai a Europa discursar na ONU pedindo que a fome acabe
Nessa linha dos trópicos.
Jaguará malumbo em um campo minado jogando flores ao vento

Ps: ( Galope a beira Mar sem cavalo é correr a pé no meio do Mar )

sábado, 5 de setembro de 2009

São Dom quixote ( santo aguerrido em batalhas livrescas )

Destruir muinhos de vento
Ou Torres Televisivas?!
Dom Quixote com seu Cavalo Rocinante
Do auto duma aranha céu em sua duvida axiomática.
Vê o mundo complicado igual a uma placa mãe.
Um Samurai Tupiniquim Ciber Punk.
Apareceu!
E o apeteceu com Haikai adornado com xilogravuras
E com cheiro de rapadura.
E dizia assim: “ São Dom Quixote! O mundo totalizou ( Si )
Os Livros em Transformaram em Bytes e Gigabytes
Torres Terabyticas mandam os livros em forma
Binárias ao mundo!
Não destruas Muinhos
São Dom Quixote.
Los Muinhos mudaram
Os dragões hoje são outros
Destruas as Torres Televisas
És os Dragões que devoram os
Homens!

Las Torres Televisivas
São eles os Dragões
Do nosso Tempo.

Com mandíbulas midiáticas
Com hálito subliminar
Dominam o mundo “

Dom Quixote ficou alucinado
Com tanta informação
Coçou sua barca
E num suspiro profundo
Adormeceu para vê se acordava
Em um mundo melhor.


Obs; ( Jaguará malumbo em um campo minado joga flores ao vento .... )

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Hakais ( Tupiniquim Ciber Overmundo )

A loucura do mundo
É louça rara
Que se quebra no chão

Um abismo canta
No sopé do monte
Um monge reza

Um mendigo pede
O dinheiro passa
Num carro forte

Um beijo negado
Numa madrugada fria
É riso de morte

Arlequim guerreiro
Do ciber mundo
Carnval digital groover

Réquiem dum favelado
A barriga ronca como
Um tenor e o povo canta

Obs: Verso como um Samurai-Jagunço no meio do nada no meio de tudo! Salve São Dom Quixote...Tu cantas num Latim Arcaico na Porta do Paraiso e quem entra beija teus pés e quem entra beija teus pés.

De Vosso ceio ó Pai

Como um Dervixe Girante em meio
Ao deserto, entra em Sama.
Como um yogue nas silenciosas cavernas
do Himalaia entra em Samadh.
Eu contemplo vossa face
Que se transfigura como um
Caleidoscópio Cósmico.
Ouço o som das esferas celestes
Que cantam um Hino a Vosso Nome
Numa infinidade de idiomas
E do auto contemplo.
A Eternidade
Que dá um longo beijo
No Absoluto.
Com Esse ato miríades
De Mundos são Creados.
De Vosso ceio ó Pai
De Vosso ceio.

sábado, 22 de agosto de 2009

Haikais Tropicalista ( A morte é lenta abaixo dos trópicos )

Um louco cruza uma estrada
feita de pó e pueira
o dia cai, e o louco morre

O céu feito de chumbo
num dia Glaúberiano
a morte é lenta abaixo do trópicos!

Fuzil vanguardista
que ressoa rajadas
como um hino

Faca em fúria
na mão de um pobre
quanto vale á vida?!

Abaixo dos trópico
ou Acima de linha
santo não usa saco

Já dizis uma prófecia Nortista: " Farinha será artigo de luxo quando começar a faltar Caviar,quando começar a faltar caviar "

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Flor Solitária

Admiro tu ó flor solitária que dormis no meio do deserto
que dormis teu sono enteogeno
Teu sono raro
e sei que em teus sonhos sonhas
com mundos multi cores como tu
Flor solitária de pétalas de cores raras
que brilha como um farol
em meio a selva de pedra
ou em meio ao Salar Alti Plano
O vento beija teu corpo
envolto em pétalas
Porque corpo de flor
é pétala que o vento beija
e leva e eleva também teu aroma
Raro que transmuta corações
em flor
Porque todo coração é solitário
quando esta livre das amarras do mundo
então ele voa como ave altaneira
em meio ao deserto
que é a vida
então é livre feito tu ó flor solitária
que és bela e florida no meio do nada
e perfumas a vasdidões geográficas com
teu sorriso em flor ...

La LeminsK

Leme de L
e
m
i
n
s
P K
Que guia Pala
L
A
Vra
Pela peleja da ( Palavra )
Lavrada na linnnnnguaaaaa
Que seja!!!
Que MÔÔÔ A T (Mote) seja mingua
como a lua que se
Banha no Ma(RRR) de Iemanjá

Ciber a Ti vis 9 ( Mô )


Tags vezes Tags
@ psicodélico = A som
ze
i
R
a....
Fuzuê calango!
@ ciber Ati
Vis
( Mô )
@ é 15 kg de pura
énergi+ a
I ma gem ainda é A cção

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Me diga quem vem lá?

Um Homem vestido de branco
caminha nas neves do Himalaia
me diga quem vem lá?
É Babaji vestido de glória e de luz
seu sorriso é cântico em lingua védica
os passos deles são como o vento
Um Homem vestido de branco
caminha na solidão do Himalaia
me diga quem vem lá?
É Babaji vestido de glória e de luz
Do seu corpo sai uma luz bendita
Que afasta o mal e trás o bem aos corações
Um Homem vestido de branco
caminha com o vento frio do Himalaia
Me diga quem vem lá?
É Babaji vestido de glória e de luz
E uma comitiva o segui
bebendo de sua sapiência e bondade
Me diga quem vem lá?
É Babaji vestido de glória e de luz ...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O Lamento e o Louvor

O Louvor canta em mil tons
em múltiplas cores
O Lamento desbota,correi
Amofina a vida
O Louvor exalta o Absoluto
em Harmonias trancendentais
O Louvor é anjo que voa
num céu Azul turquesa
O Lamento prolongamento
das Tristezas
O Louvor é melodia
sublime em meio ao
Oceano da Vida
O Lamento é estremecimento
das decaídas
O Louvor é beijo que se dá
na face do céu
O Lamento é o apodrecimento
dos dons que Deus te deu
e não Usas-te!
O Louvor é Rima sem Fim
é Tudo de Bom que sai de Mim.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Cordel avuado 2 Parte

Cordel Vuado
Cordel Avuado
Fio de navalha em flor
Rezo um bendito
no sopé do roçado
Cordel Vuado
Cordel Avudado
Curisco risca o céu
rajada de trovão irado
Bacamarte inquisidor
Trupé
Forro
Barco arriado
Cordel Vuador
Cordel Avuado
Viola feita de umburana
Candeiro de latão
Cabeça de ex-voto encomendada
Cruz de cedro
Aparição

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cordel avuado Parte 1

Carvão de aluvião ferruginoso
Tropas de burros alados
Enxada luzida feita de ouro
Cachimbo ritualistico na mão de
um cego
Zabumba boi e boiada
que cruza deserto
Galope a beira mar
esfumaçado
Reza de benzedeiro
no mei do roçado
Cordel vuador
Cordel avuado ....

Agruras

Agruras esculpida na cara de um velho
seu sorriso enigmático como uma tarde
entrever o caos
que há nas calçadas
Agruras nas asa dum coruja
que cruza um abismo numa
noite tempestuosa
Agruras numa foice que alça
voo no meio do canavial
que alça voo na mão do cortador
que corta com há dor
a cana que o escraviza

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Por Trás da Barricadas

Por trás das barricadas o gás lacrimogêneo explode com sua fúria química


Por trás das barricadas as balas de borracha cegam e contundem como palavras.


Por trás das barricadas a fome cessa e a cede cessa, pois é o medo quem impera.


É o medo da morte

É o medo de ver um irmão que está na luta cair ao seu lado sem vida


Um coquetel molotov voa como um anjo incendiário

E cai do outro lado do outro lado das Barricadas

Onde estão também Homens como nós

Vestido para uma guerra

Vestido para matar

Em nome de quê?

Em nome de quem?


Do deus do mundo

Do deus dinheiro

Mata-se!


O coquetel molotov cai e queima

O gás cai sufoca !!!


De um prédio por trás das vidraças

Homens de terno observam

São os donos do mundo

Ou serviçais do dinheiro?!


Um corpo cai e grita em seu ultimo alento.


Paz e Pão
Paz e Pão !!!

A estética da fome

A estética da fome é: a morte
De milhões de células por inanição.

A estética da fome é: a agonia silenciosa nas entranhas e como uma garra
de um animal feroz sai rasgando o bucho do Homem.

A estética da fome é:
É réquiem de pedintes esfomeados, nômades em meio à selva de pedra.
Pedindo o que comer!

A estética da fome não tem ética
Ela mata
No Camboja
No Sirilanka
Ou a onde a fome estiver Embaixatriz de toda dor.

A estética da fome tem cor:
A maioria da vezes é Negra, Pálida, Morena ou Índia.
Os Índios também tem fome irmãos!

A estética da fome vive:
Nas vielas ou de baixo das pontes e via dutos.
Um pensamento de Garcia Lorca ou se era de Garcia Márquez não sei.
Mas gritada aos quatro cantos por um mendigo Profeta dizia assim : “ Quando a fome for erradica da face da Terra haverá uma evolução espiritual já mas vista pela Humanidade”

O teu sorriso

O teu sorriso foi cinzelado
na parede dum Templo
O teu sorriso que como pétalas
voam num bosque
É tão alegre como a festa
Holi*, festa de múltiplas cores
Um anjo barroco de asas arcaicas
canta uma cantiga à teu sorriso
Que diz assim:
Ave que voa num céu azul
Sol que nasce no horizonte
Água que brota da fonte
Assim é teu sorriso
e o dia se tornou
Mas claro quando você
sorriu e eu dormi com
tão linda melodia ( ... )

Á Narjara

*Holi- o festival das cores É tradição na Índia celebrar o início da primavera com uma grande festa. Neste dia, uma chuva de pó colorido se espalha pelas ruas, pintando tudo o que encontra. É um chamado para a beleza da estação e também espalha mensagens de alegria e amor.( N. T )

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Orb Celeste

Ave Orb Celeste
Esfera de Diamante na mão dum
Arcanjo
Desenhado em um Cordel
Ave Orb Celeste
Que deita e rola pelo
Céu
Céu de ametista
de Azul Turquesa
Incenso de Palo Santo
que espanta qualquer tristeza
Ave Orb Celeste
inscrito no signo de Salomão
Gavião Ripino
Voa na Imensidão
Ave Orb Luzente
Ave Orb poente
Orb Esfera Diamantina
Trás vida
Trás paz Nessa
Manhã Vespertina
O bojo da viola é Orb
que Canta
Pela mão do Violeiro
Me despedindo vou
Ver o dia Nascer Primeiro ( ... )

quarta-feira, 15 de julho de 2009

La Dança

Estrela que dança em noites silenciosas
O céu como uma mão invisível segui teus passos
Estrela Luzente
Uma brisa que vem do oceano
trás aromas transmarinos
Um Xamã dança com o fogo
e o fogo dança com o Xamã
No cume de uma montanha
uma águia alça voo
Um Dervixe entra em Sama
No meio do deserto
Enquanto isso numa caverna
Um yogue contempla o Infinito
que habita dentro dele
e o Infinito sorri em mil notas
sagradas
Eu durmo como um poeta
em um jardim de flores coloidais

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Viola Andante

Escrevo palavra que anda
Palavra andante!
Em cavalo de asa azul que voa
Como um corisco
que cruza o céu de canto a canto
viola tocada por um violeiro cego
que canta e chora
sustentada
suspirada
sustentada
Pela mão do poeta
Vejo a viola
que canta e chora
que canta e chora
Por esse sertão a fora
Por esse sertão a fora

Blues La Urbe

Como um cão perdido no deserto
Que uiva ao elo
o céu por testemunha
e o sol por carrasco
Como um cão perdido no deserto
em um deserto Urbano
em um deserto de Urbano ides
Cavalo que voa
Cão que uiva
Nessa Urbe deserta de vida

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O zul do Himalaia

O azul do Himalaia é lindo
No sopé dum monte estou dormindo
Como Sanyassi
Um Dervixe recita uma poesia de Rumi
em minha direcção
O sol desce as escadas do horizonte
em direcção ao infinito
Ás horas passam como um aroma
deixado por uma corte real que passa
Um beija flor escreve o verbo sagrado
Com seus zigue-zagues
Enquanto isso o ancião escrevia um livro
Sagrado em caracteres de fogo
que nem mesmo a eternidade poderá apagar ...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Vi num punhado de farinha enigmas cabalísticos


Vi num punhado de farinha enigmas cabalísticos
e dizia assim:
um anjo forjado por resto de enxadas e foices
abandonadas num deserto canavial.
Bagaceira,Pó e Cal
Bagaceira,Pó e cal!
Faên cravejado de diamantes na mão
duma Criança e que voa como um disco
Vuador por cima de Usinas Sanguinárias.
Carro de boi Carregado de carcaças
de senhores sem engenho
Pois estão todos mortos
Pois estão todos mortos!
E seguindo o carro de Boi
Um Rabequeiro cego
Tocava uma cantiga
e chora lágrimas tão doce
Mais tão doce!
Que o canavial
Com sua baleeira verde-cortante
Envergonhado fugia
Em disparada!
E pra nunca Mas voltar
E pra nunca Mas voltar!

Eligilvan

terça-feira, 30 de junho de 2009

As duas cidades

As duas cidades Respiram juntas o mesmo oxigénio poluído
As duas cidades uma assisti tv a cabo a outra a miss midia massificante
As duas cidades uma é zona sul
a outra é zona norte
Um tem de tudo
e Outra não tem nada
As duas cidades se olham com desprezo
Uma é branca e fala inglês
a Outra chora em Português
As duas cidades!
Um a policia protege
a Outra ela invadi e mata
As duas cidades
tão juntas e tão longe ao mesmo tempo
Uma ostenta o IDH de país rico
a Outra está na linha da pobreza e as vezes
até abaixo
Um sorri e canta
a outra também
Mas esta longe dos asfalto
epiderme da cidade
Essas duas cidades vivem num mesmo
País e esse País é o Brazil
e pode ser em Bangladeche
Lá também tem cidades
que se dividem ( ... )
Em duas cidades!

sábado, 27 de junho de 2009

A palavra

Lavro com minha mente
a hermana palavra
que transborda da pia batismal
que no chão do meu juizo
e se transfigura em poesia
salve ave sangria
salve poesia ( ... )

O desejo

O desejo é cavalo bravio
que derruba o Homem!
É ímpeto
É fogo que lhe consome
O desejo é ave harpia
de garras incandescentes
que rasgas o fígado de quem
há procura
nos seus ensejos
nos seus desejos
é loucura
Ave desejo
Cavalo Bravio
Livrai-me do mal
Ó musa que canta
Livrai-me do mal
Ó musa que chora
Livrai-me do mal
E manda-me embora
do paraíso de faz de conta
do reino onde reina o desejo ( ... )

Stella Errante ...

Stella errante figlia del cielo.
See you in un caleidoscopio di fuoco
Il corpo luzido.
Vedo!
Gamma di colori incandescenti
che tocca a ovest
e trasmutare in luce
un bacio da un angelo è dato:
su un altare di pietra.
del rock!
Apedraria sfumato
Per colore che prende il vento
è alta.
Ebbene, il vento è in corso
Messenger e il tempo (...)

Estrela andante ...

Estrela andante filha do firmamento.
Te vejo por um caleidoscópio flamejante
O teu corpo luzido.
Eu vejo!
Cores numa gama incandescente
que se aflora no poente
e se transmuta em luz
um beijo de um anjo é dado:
em um altar feito de pedra.
de pedra!
Apedraria matizada
Por cores que o vento leva
e Eleva.
Pois, o vento é andante
e Mensageiro do Tempo ( ... )

sexta-feira, 26 de junho de 2009

As vozes se calam como flores
As vozes se calam como pedras no meio do caminho
Existir é sol que se ponhe
É flor que murcha e morre
E ninguém colhe ( ... )

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Chico Ciência

Chuva de Recife tu tens cheiro de mangue!
Será um mangue que sobre voa Recife?!
Será?!
Onde Chico" Ciência " , mandinga com sua Filosifiaurbanomanguetown...
Toca sua alfai eletroarcusticapsicódelica
Chove em Recife!
Esse mangue celeste verti lama
verte lamento
verte lamentações
E cai sobre Ti Recife
Feito uma avalanche de palavras
cantada no Idioma Banto
Por negros fugitos
que ainda correm
Recife por tuas ruas que cainda
Cheiram à caos e a sangue
Um ancião do vento
Canta a vida como uma flor
de lotus ( ... )
quanto à esperança a vida hermanos
a vida

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A águia rebelde

A águia rebelde voa por despenhadeiros
Se lança como flecha conquistadora de templos celestes
A águia rebelde!
Alteineira
Engmática
Feiticeira
A águia rebelde guia de si mesmo
em noites tempestuosas
Cruzas oceanos bravios
os raios voam como contigo, como sendo teus irmão
Ó águia rebelde
Tu danças com vento na solidão planetária
Tu guias Beduínos no meio do deserto
És da liberdade irmã e confidente
Os anjos voam contigo
No cimo do cimo
E quando olhas para baixo vês
á Imensidão que comtemplas do alto
como um sol no meio do deserto
Águia rebelde ...

Ó vento ...

"O vento sem rumo dança
na rua
no beco
Vento caboclo
Caboclo desperto
Que canta um bendito em Iôrubá
Ó vento,atiçador de fogo
Ó vento,curandeiro em dias derradeiros
Vento santo de terreiro
Que cruza o véu a noite
Que cruza dançante
brincante como a vida" ...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Um anjo cego

Um anjo cego pede esmola na esquina e ninguém o vê
Um anjo cego recita uma poesia em uma lingua morta e ninguém o ouve
Um anjo cego chora lágrima de chumpo e papel picado e ninguém presta a menor atenção (...)
Ao anjo cego!

sábado, 6 de junho de 2009

Cabloco de lança

Caboclo que se lança no meio do nada
Caboclo guerreiro ancesral de si mesmo
Caboclo de guerras
Guerras de curiscos que cruzam o céu
Tua vestimenta é de Estrelas
que tu achou nas estredas
Caboclo vuador
de longas jornadas
Guerreiro dos canaviaís
destruidor de usinas
cão de ferro
matilha cinzenta
que tu combates Guerreiro
em tuas Guerras de curiscos
no meio do nada
no meio do nada ( ... )

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O mendigo e a Pipa

n
"Um mendigo na calçada,vê o tempo em ruínas.do tempo em que foi criança vê: uma pipa,fé e esperança.Agora mendigo e só!só vê a sombra árida e silênciosa da esperançaEle vê a esperança se dissispar como um pipacomo no tempo que foi criança...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O circo do capão

" O circo do capão se alimenta dos sorrisos se alimenta de aplausos O circo do capão Voa em noites vindouras Voa pela chapada Chapado e sem vassoura O circo de lonas eterias Feito o tempo Pois quando se sorrir Fica-se mas perto de Deus. Palhaço é anjo pintado Que brinca no circo de Deus que é Mundo que é o Mundo" ...