Um anjo com Asas Gorkianas
Com um velho alaúde cheio
De livros de livros raros
Livros panfletários
Livros operários
Sobrevoava uma vila proletária
E ao longe um tocador de viola
Avistava uma tarde em galope
A beira mar.
Mas o mar estava tão perto
Acima de nossa cabeça
O mar que o violeiro via
Era o mar da esperança
Que voa e que flua acima
De nossa cabeça
Que seu azul luzido
Panfletário e Revolucionário
O anjo de Asas Gorkianas
Cantava para o povo
E com a viola andante
O violeiro tocava e do bojo
Da viola sai o paraíso de Dante
Metralhado e metrificado
E com ouro adornado
E uma sucessão de rimas
Que cantava a viola do povo
E o anjo de Asas Gorkianas
Chorou pela primeira vez
E cada lágrima transluzia
E em cada lágrima nascia
Um mundo de cada vez
Um mundo de cada vez
( O deserto cortante da cana é palavra de caboclo de lança que se lança no deserto canavial feito de pó e cal )
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