quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Um Anjo de Asas Gorkianas

Um anjo com Asas Gorkianas
Com um velho alaúde cheio
De livros de livros raros
Livros panfletários
Livros operários
Sobrevoava uma vila proletária
E ao longe um tocador de viola
Avistava uma tarde em galope
A beira mar.
Mas o mar estava tão perto
Acima de nossa cabeça
O mar que o violeiro via
Era o mar da esperança
Que voa e que flua acima
De nossa cabeça
Que seu azul luzido
Panfletário e Revolucionário
O anjo de Asas Gorkianas
Cantava para o povo
E com a viola andante
O violeiro tocava e do bojo
Da viola sai o paraíso de Dante
Metralhado e metrificado
E com ouro adornado
E uma sucessão de rimas
Que cantava a viola do povo
E o anjo de Asas Gorkianas
Chorou pela primeira vez
E cada lágrima transluzia
E em cada lágrima nascia
Um mundo de cada vez
Um mundo de cada vez

( O deserto cortante da cana é palavra de caboclo de lança que se lança no deserto canavial feito de pó e cal )

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