quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Vi ou Cordel Na Folha da Cana


Vi usina voando baixo
Na imensidão campesina.
Tropel de cavalos baios.
Levantando poeira assina.
Vi cruz feita de enxadas.
Em encruzilhadas sonoras.
Corpos estendidos nas covas.
Esperando Nossa Senhora da Boa Hora.
Vi luzeiro no monte santo.
Chuva estendida no varal.
Bala forjada no inferno.
Cruz de ferro
Cruz de pau
Vi Sete anjos benditos.
Rezando na madrugada
Cordel na folha da cana.
Escrita com sangue em noites de trovadas.

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