quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Haikais Trópicalista ( Ou abaixo dos Trópicos )




Um folha cai
No lago que dança
É chá de deuses.

Um beijo é dado
Na mão do tempo
A ternidade também ama

Uma rua vázia.
Um beco sem saida.
Vejo: que a cidade é pequena

Um menino vender flores.
A flor vende o menino.
Que o povo compra a preço
de banana.

Bendito ao Cajueiro Santo ( ou Jardim do Paraíso )



Oh, cajueiro.
Cajueiro cantador.
Oh, cajueiro.
Trás noticia do meu amor.
cajueiro santo.
cajueiro tão florido.
cajueiro santo.
Trás a Paz que anda contigo.
Fulô do cajueiro de aroma
do paraíso.
É incenso
Incenso raro.
Que enche á porta do paraíso.
Em baixo dum Cajueiro.
Encontrei o meu amor.
Vestida de toda florida.
Parecendo uma fulô.
Oh, Cajueiro.
Cajueiro vuador.
Oh, Cajueiro.
Me leva onde você for.
Cajueiro Santo do jardim
do Paraiso.
Cajueiro Santo que dança
Todo fulôrido.

sábado, 9 de janeiro de 2010

A missão do poeta ou ( Pescador de Palavras )


Poeta é pescador de palavras
no oceano fundo do pensamento.
O seu barco é a imaginação
É barco que voa na imensidão.
Como esse Barco.
Ele cruza Oceanos
E até Cordilheiras.
Quem disse que Barco não voa?!
Ele voa sim!
O poeta pesca palavras.
Como um mergulhador
procura por pérolas raras.
Com o maior cuidado (...)
Transforma o sol que tosta sua pele
numa bola de sorvete.
Essa é a missão do poeta.
Transmutar a real idade em.
I ma gi na ção e liberdade.
És a missão dos pescadores de palavras.
Que o povo chama de poeta.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Haikais ao Mar (e ao Pó)



Maresia
Mar e poesia
Poesia e mar
Poema.
Mar e pó
Pó e mar.
Maré que sobe.
Maré que desce.
Que mar é
Que maré
Que mar foi
Poesia

A arvore rainha do vergel ( Ao Rio Tapajós )


Arvore rainha do vergel
Luz
Mar
Terra
&
Céu
Um leito manso dum rio.
De areia cristalina
É pó de estrelas matutinas
Que caem sobre ti.
Uma lua espia do alto.
Um bacurau voa silencioso e si - lente.
Um aroma argentil que é a luz da lua
Enchendo o ar.
É a floresta que dorme e respira.
Num doce espaldar.
E o Rio Tapajós canta um canto.
Silencioso como todo cantar de rio.
E vai embora. (...)

Um anjo toca charango na porta do paraiso ( Los Andes )


Um anjo toca charango na porta do paraíso.
Enquanto isso, Viracocha dança sobre o Lago Titicaca.
O cume nevado dos Andes contempla a vastidão azul.
Um anjo toca charango na porta do paraíso.
Borboletas de muzo voam sob um céu profundo.
Um aroma de palo santo verteu dum altar feito de ouro.
É o coração dos Andes que canta.
Enquanto isso.
Um anjo toca charango na porta do paraíso.

O Rio que passa ( Há Sydartha )


Ele contempla o rio que passa lentamente.
O rio murmura um canto védico.
O velho barqueiro sorri como uma criança
Recém nascida.
O rio passa (...)
O passar lento do rio é a renovação constante da vida.
Em suas eternas nuances (...)
Como a vida que passa e transita no velho barco de Sydartha.
O velho barqueiro que já foi: Filho Brâmane, Samana, Amante e Rico comerciante.
Agora é Uno como o rio que ele contempla dentro de Si mesmo.